domingo, 8 de abril de 2012

08\04\2012

Domingo de Páscoa. São 7h da manhã e já estamos na estrada em direção norte, para o Equador. Na saída de Huanchaco já pegamos um pedágio de 9,60 soles.
Paramos para tomar um café num restaurante por volta das 8h30, mas desistimos porque só serviam café com pescado frito. Somente às 9h45 conseguimos uma cafeteria para tomar nosso café da manhã.

Depois de rodar 150km havia mais um pedágio de 9,60 soles. A região norte é seca, porém a vegetação rasteira sobre o terreno arenoso começa a despontar.
Em Chiclayo, a rodovia Pan-americana some, e temos que entrar na cidade. Sem GPS, o que funciona é a velha estratégia do mapa e a de perguntar às pessoas ¿donde es este lugarɁ

Depois de 245km, outro pedágio de 9,60 soles. Nesse trecho surgem pequenos arbustos. O chão está cheio de lixo espalhado, e os urubus sobrevoam o local.
A 380km mais um pedágio de 9,60 soles, a 450km mais um de 9,60 soles e a 530km mais um de  7,50 soles. Passando pela cidade de El Alto, vimos vários poços de petróleo e bombas trabalhando.

Descemos pela estrada entre montanhas com pouca vegetação, de várias tonalidades de verde.  Algumas praias do Pacífico estão cheias de turistas, outras estão com as portas fechadas devido ao término da temporada de verão.
No km 644 mais um pedágio de 7,50 soles. E finalmente chegamos a Tumbes, onde nos hospedamos para não passar a fronteira do Equador à noite.  Conseguimos internet e vimos a nossa netinha pelo Skype. Tivemos sorte, porque depois a internet desconectou.  Fomos dar uma volta na Plaza de Armas e jantar.

 07\04\2012
De manhã fomos tomar café na cafeteria My Friend, numa calle transversal da Av. Principal. Passeamos pelo balneário e procuramos internet para nos comunicar principalmente com Daniel\Juka e Thaynã\Ju, pois sabíamos que deveriam estar ansiosos com a falta de comunicação nossa. Na hora de almoçar, paramos num restaurante na beira da praia, de onde a gente avistava os pelicanos voando em bandos, driblando as ondas.

Vimos um cliente comendo algo parecido com isca de peixe com barba-de-velho por cima. Perguntamos o que era, e o garçom nos disse que era chicharon de pescado (pedaços de peixe à milanesa, aipim frito, salada de cebola e algas marinhas). Pedimos o prato e comemos as algas para sentir o sabor. Eu gostei, o Tadeu, não.
Descansamos um pouco no hotel e voltamos para a praia. Quando estávamos passando pela avenida, o Tadeu detectou uma caminhonete com a placa de Bombinhas\SC.  Abordamos o casal e descobrimos que são holandeses, moram há muitos anos no Brasil e têm uma pousada, que se chama Pousada do Holandês (www.pousadadoholandes.com).  Assim como nós, eles estão viajando sozinhos. Pena que eles já estão retornando.

Estamos desde cedo procurando um locutório (cabine telefônica) para falar com a mãe. Depois de muito perguntar, finalmente encontramos um minimercado cujo dono fez a ligação pra nós do próprio celular e, então, matamos a saudade e desejamos Feliz Páscoa pra toda a família.
Amanhã continuaremos para o norte em direção ao Equador.


06\04\2012
Saímos do hotel às 8h30, depois de uma trabalheira danada para tirar o carro da cochera (garagem), uma vez que havia dois carros atrás do nosso. Seguimos para a Plaza de Armas e pegamos informações na Municipalidad (prefeitura). Como de praxe, a Plaza concentra os prédios e monumentos mais importantes da cidade: catedral, prédios coloniais, palácios, museus, jardins floridos... É o local de recreação do povo.

Decidimos visitar as Ruínas de Chan-Chan, o maior complexo de ruínas em barro do planeta. É impressionante a construção das muralhas que envolvem a antiga cidade, bem como toda sua estrutura interna.
Depois seguimos para Huanchaco, zona balneária, bem movimentada, com uma avenida que beira o mar, cheia de bares e restaurantes.  O mais interessante nessa praia são as canoas feitas de totora (espécie de junco), únicas no mundo, que os nativos utilizam para pescar há mais de 3.000 anos. Essas canoas ficam amarradas a barras ao longo da praia quando não estão sendo usadas.  Ao regressarem da pesca, eles surfam as ondas montados em seus caballitos de totora. O pôr do sol é magnífico, surfistas se misturam com caballitos nas ondas, turistas nacionais e internacionais, assim como nativos, desfrutam do local.
Sentamos num restaurante de frente para o mar, e de repente surge uma procissão com banda de música e andores carregando a imagem de Jesus Cristo e de uma Santa. São as festividades da Semana Santa. Após jantar, procuramos locais para telefonar ou usar internet, mas estavam fechados.
 

05\04\2012
Saímos do hotel por volta das 8h e fomos tomar café numa cafeteria perto dali. Decidimos visitar as Ruínas de Wilcahuain, com suas construções de pedra, compostas de câmaras mortuárias, compartimentos para guardar víveres e locais para praticar cerimônias religiosas e de sacrifício. Não sei como, mas me enchi de coragem e entrei nas câmaras mortuárias. São compartimentos baixos que levam a corredores com portas medindo menos de um metro de altura e com espessura de quase um metro.  Estava tão ansiosa pra sair de lá que bati duas vezes com a cabeça na pedra úmida superior das portas, e nem prestei atenção ao que o guia dizia, imaginando que poderia faltar energia elétrica no local. Tudo bem. Passou.

Continuando esse caminho em direção às montanhas, entramos no Parque Nacional de Huascarán. A paisagem é belíssima: de um lado, a CordilheiraNegra (sem gelo nos picos), do outro lado, a Cordilheira Branca com seus picos nevados.

Descemos as montanhas e seguimos para Trujillo, passando por Camaz, uma cidadezinha bonitinha, se considerarmos o padrão das demais cidades peruanas de tamanho semelhante a esta. Como era cedo ainda, fizemos um lanche em Camaz e continuamos a viagem pela Panamericana, que corta montanhas e dunas de areia branca salteada de conchinhas e caramujos. Dá também para ver o Pacífico em alguns trechos da rodovia, além de montanhas coloridas totalmente nuas de vegetação.

Há um pedágio de 10,10 soles antes de chegar a Chimbote, uma cidade que vive da pesca e de sua exportação.  Há uma imensidade de barcos pesqueiros ancorados no mar. Há uma avenida larga na parte norte da cidade, e um lado da pista estava interditado, porque um grupo de rapazes o fechou para jogar futebol. Tivemos que desviar pela pista contramão.

Depois de 7.200km rodados, entramos no primeiro túnel. Mais adiante, outro pedágio de 10,10 soles. As montanhas e dunas continuam até Trujillo. Por volta de 8h da noite nos hospedamos, antes de entrar no trânsito central da cidade, que é uma das maiores do Peru, com 800 mil habitantes. Aqui também tinha internet, mas não conseguimos acessar.  


04\\04\2012
Partimos às 8h30 de Lima. É uma cidade enorme, com 8 milhões de habitantes, e tudo é muito caro. Levamos uma hora para atravessar todo o trânsito e pegar a Panamericana, estrada que atravessa geleiras, desertos, montanhas, vales, rios e une as Américas, do Chile até o Alaska. Precisaríamos de muito mais tempo e muito mais dinheiro para visitar os principais pontos turísticos de Lima. Posteriormente entramos na rodovia em direção norte, para a cidade de Huaraz, na Cordilheira Branca. Pagamos 19 soles de pedágio até chegar a Huaraz.
Na saída de Lima, a rodovia corta o deserto costeiro, com o mar a oeste. Depois, começamos a subir novamente as montanhas, algumas formadas de pedra nua, sem uma vegetação, outras cobertas de verde, com plantações dispostas em terraços. À medida que subimos, a temperatura abaixa e o ar vai ficando escasso. 
Chegamos a Huaraz por volta das 5h da tarde. A entrada é feia, com casas mal-acabadas, ruas estreitas, trânsito caótico. Seguindo para o centro, o aspecto da cidade melhora. Conseguimos um hotel perto da Plaza de Armas, o qual tinha um quarto somente para essa noite. Disseram que tinha internet, mas não conseguimos acessar. Os hotéis ficam lotados nessa época do ano por causa das festividades religiosas da Semana Santa. Na rodovia, tínhamos encontrado uma procissão com banda de música e homens carregando andores com a imagem de Cristo. Passeamos pelos arredores da praça, jantamos e fomos dormir.

Um comentário:

  1. Sogrinha!!! Que viagem incrivel! Confesso que me arrepiei de te imaginar numa câmara mortuaria!
    Cada cidadesinha incrivel que estão conhecendo, a Camaz nem consta no google, hehehe!
    Sogrão não gostou da alga? Nem com uma cervejinha? Nada como um bom queijinho, né?
    Hoje devem estar no Equador!
    Boa viagem!

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