25/11/2013
Partimos
de Jacarezinho às 7h30, com chuva. Prosseguimos em direção a Florianópolis
felizes por já estarmos bem mais perto de casa.
Às
14h11 houve um imprevisto que poderia ter causado um acidente feio com o carro
do Fernando. Na rodovia que passa por Curitiba, a panela do freio de um
caminhão se soltou e se chocou com as rodas da caminhonete, cortando 3 pneus de
uma só vez. Sem condições de continuar a viagem, o guincho foi acionado e
rebocou a caminhonete até Garuva onde foram comprados os pneus para chegar em
casa. Saímos da oficina às 16h. Chegamos
em São José, casa do Osni e Classir, às 18h, a fim de descarregar as bagagens.
Mais
uma viagem terminou. Para o próximo
ano provavelmente teremos outra para contar.
24/11/2013
Saímos
às 6h45 de Porangatu. Ainda chovia, e o
céu permaneceu nublado. Às 14h17 atravessamos a divisa dos Estados de Goiàs e
Minas Gerais, e às 16h40 passamos a divisa entre Minas e São Paulo.
Depois
de muita estrada, paramos para descansar em Jacarezinho, norte do Paraná, às
22h30.
23/11/2013
Às
6h20 saímos de Ulianópolis. Letícia e Chico partiram às 4h da madrugada com o
objetivo de chegar mais cedo em casa.
Seguimos
pela BR 010 em direção ao Maranhão. Chovia bastante, mas havia estiadas
frequentes e o sol aparecia de vez em quando. No Tocantins pegamos a BR 226.
Chegamos a Porangatu, norte do Estado de Goiás, às 22h40. Aí paramos para
dormir.
22/11/1013
Às
8h saímos do hotel à procura de oficina para trocar o filtro dos carros. Não
encontramos oficina na cidade, então, fomos conhecer o Mercado Municipal Ver-o-Peso constituído pelo Mercado do Peixe, com
uma grande variedade de peixes frescos e crustáceos (o cheiro não é bom, claro),
Mercado da Carne, com seus boxes de vidro distribuídos na construção de ferro bonita
e interessante (segundo informações da Wikipédia, toda a estrutura de ferro do Mercado foi trazida da Europa seguindo a
tendência francesa de art nouveau da belle époque. Foi inaugurado em 1901.
Na parte externa há tendas vendendo todo o tipo de frutas exóticas, típicas
da região, verduras, ervas, assim como garrafadas que curam enfermidades e até
protegem de mau olhado. Aproveitamos
também para dar uma volta no centro comercial próximo ao mercado.
Ao
meio-dia partimos e às 13h paramos para comprar gelo (para refrigerar os
queijos que compramos) e lanchar. Continuamos pela BR 010. Às 20h chegamos a Ulianópolis/PA, onde
paramos para jantar e dormir. Rodamos somente 388km.
21/11/2013
Andrea
nos apanhou no hotel às 8h para irmos ao Mercado Municipal. Vimos legumes,
verduras e frutas que não existem no sul do Brasil. Conhecemos o tucupi, que é
o sumo da mandioca cozido (cru é venenoso) muito apreciado na culinária de
Marajó.
Conversando
com uma vendedora local, fiquei sabendo que uma castanheira leva em torno de
100 anos para produzir fruto, e que o amapazeiro, árvore que se encontra
ameaçada de extinção, produz um fruto saboroso, em formato de maçã, e um leite
medicinal usado como fortificante, estimulante do apetite e no tratamento de
gastrite e doenças respiratórias, além de ser um energético natural. O desenho
dessa árvore está no brasão do Estado do Amapá.
Nosso
último passeio foi na praia Pesqueiro, uma vila de pescadores protegida e
cadastrada na Reserva Extrativista da Marinha do Brasil. É uma praia bonita com areia branca e fina.
Almoçamos
no hotel. Desde que chegamos nosso prato
principal é queijo e carne de búfalo. A
carne e laticínios desse animal são mais
saudáveis do que os de gado, pois o búfalo come o que a natureza oferece. Ele não recebe antibiótico nem ração para se
alimentar.
Às
13h pegamos o micro-ônibus para chegar ao barco que nos levará até Belém. Mais
3 horas de viagem pelo rio.
20/11/2013
Às
8h saímos com Dirlene para conhecer a cidade.
Visitamos a Casa do Artesanato (compramos algumas peças e camisetas), o Curtume
Marajó, onde vimos todo o processo artesanal de curtição do couro (compramos
sandálias), a Casa do estudioso e artista Ronaldo, que trabalha com a
comunidade local e a incentiva na produção de peças que apresentam a tradição marajoara.
Depois
Dirlene nos levou à fazenda Mironga,
que, por coincidência, era a moradia do Carlos Augusto (Guto), o qual tínhamos
encontrado ontem, na vinda de barco. Foi um prazer localizar essa pessoa tão
simpática e acolhedora. É nessa fazenda que produzem o queijo de búfala Mironga, tão delicioso que compramos o
estoque que havia. Nessa fazenda Osni, Classir, Chico e Letícia montaram um
búfalo domesticado da propriedade.
No
percurso para a praia de Barra Velha, local onde foi gravada a novela “Amor
Eterno Amor”, vimos um bando de guarás, pássaros de penas vermelhas, que
estavam no pasto junto com os búfalos se alimentando. São lindos.
Para
chegar à Barra Velha tivemos que atravessar uma passarela de madeira por dentro
do mangue. É nessa região que se encontra a Reserva Extrativista Marinha de
Soure. O cenário é singular. Com a maré cheia, as árvores de raízes
retorcidas e as cabanas construídas na praia ficam inundadas pela água. Na vazante, a areia surge com depressões que
formam lagoas. Almoçamos numa barraca com os pés na areia.
A
visita seguinte foi na fazenda Araruna. Montamos o búfalo Grilo, andamos de
carroça puxada por búfalo e batemos fotos de três araras que vivem soltas na
fazenda. Antes de irmos embora, foi
oferecido um lanche com bolinho de tapioca delicioso.
Voltamos
para o centrinho comercial da cidade. Às
17h fomos assistir ao ensaio do Grupo de
Tradições Marajoaras Cruzeirinho, composto por crianças e adultos, coordenado
pela profa. Maria Amélia Barbosa Ribeiro, a qual trabalha como voluntária
resgatando as tradições da comunidade marajoara e integrando os jovens com
atividades socioculturais. O grupo divulga a dança do Carimbó e já se
apresentou em várias cidades, inclusive Florianópolis. Paulinho, vaqueiro da
fazenda Araruna, canta, toca flauta e chocalho. Miguel, dançarino de 4 anos de
idade, é a atração do grupo. Uma das apresentações é uma homenagem a Juvêncio,
antigo vaqueiro e dançarino de Carimbó, que viveu até os 102 anos de idade. No
final, fomos convidadas para dançar o Carimbó com o grupo. O GTM Cruzeirinho é
formado por voluntários que não dispõem de recursos financeiros próprios. Para
quem estiver interessado em algum tipo de doação, os dados são os seguintes:
Maria Amélia Barbosa Ribeiro, Banco Amazônia, Agência 050-7, CC 070547-0.
19/11/2013
De
manhã ouvimos os comentários de nossos amigos que se depararam com baratas
embaixo da cama, no camarote. Chico e Letícia abandonaram o camarote e foram
dormir no carro.
Às
11h10 o barco atracou no porto de Belém, Estado do Pará. Retirar as caminhonetes
foi outra manobra difícil. Passamos na Guarda Portuária para entrar na cidade.
No total esperamos uma hora até sermos liberados.
Rodamos
uns 20 minutos meio perdidos pela cidade e voltamos ao porto para comprar
passagens hidroviárias para a ilha de Marajó. Decidimos em cima da hora. Compramos as passagens às 13h, abrimos as
malas para levar só o necessário para a ilha, e Tadeu, Osni e Chico levaram as
caminhonetes até o estacionamento de um hotel, em Belém. Voltaram de táxi no
momento exato de embarcar.
O
barco tem uma área VIP com ar condicionado, poltronas, televisão, e é só
R$10,00 mais cara do que a comum. No
percurso conhecemos Carlos Augusto, que nos deu informações sobre hotel e
visitas na ilha. Aportamos em Camará às 18h. De lá pegamos um micro-ônibus até Soure.
Contatamos por telefone o Edgar, que trabalha com turistas, e ele nos levou até
o hotel Casarão da Amazônia (a equipe da Globo se hospedou nesse hotel para
gravar a novela “Amor Eterno Amor”), pessoal simpático e acolhedor. Contratamos
também duas guias turísticas, Dirlene e Andrea, para nos levarem aos principais
pontos turísticos da cidade.
Jantamos
no hotel um delicioso bife de búfalo com queijo de búfala.
18/11/2013
Seguimos
para o Porto do Grego, em Santana, às 8h. Ao chegarmos ao porto, o valor do
acesso, que ontem era R$30,00, hoje queriam cobrar R$50,00. São 25 horas de
viagem pelo rio, num barco que leva carro, moto, passageiros, caixas, cestos e
mercadorias em geral. Há também lanchonete e restaurante.
As
barracas tiveram que ser retiradas de cima das caminhonetes porque não entravam
na altura da abertura do barco. Para colocar os veículos dentro do barco também
não foi fácil, pois o espaço é muito limitado.
Só
quando entramos no barco, percebemos que os camarotes eram uns cubículos, sem
janela, com beliches.
Às
10h tocou a sirene de partida, mas a embarcação só partiu às 10h23. Fomos
conduzidos através do rio Amazonas. Em alguns momentos a embarcação passa bem
perto das margens e podemos ver isoladamente algumas comunidades ribeirinhas
com casa de madeira, tendo a frente para o rio e os fundos para a floresta
amazônica. Na beira do rio, as árvores fincam suas raízes no fundo, e seus
troncos emergem das águas sustentando as copas amplas de folhas verdes e galhos
emaranhados de cipós.
Nessas
pequenas comunidades ao longo do rio, as crianças remam em suas canoinhas de
pau em direção ao barco, na esperança de algum turista lhes jogar presentinhos
ou guloseimas amarrados em sacos plásticos. Letícia comprou todo o estoque de
salgadinhos do bar para atirar às crianças.
Para
matar o tempo jogamos baralho e dominó. Ao cair da noite a lua surgiu dourada,
grande, sombreada por uma ou outra nuvem em determinadas ocasiões. Sua
luminosidade refletia na selva e nas
águas do rio.
17/11/2013
Após
o café, no hotel Ibis, fomos ao Porto do Grego, em Santana, para comprar
passagens para nós e frete das caminhonetes, de barco, até Belém. O Estado do Amapá é isolado do resto do
Brasil no que se refere a rodovias, e os únicos meios de transporte são por via
aérea e fluvial. A única ponte que
existe é a que liga Amapá à Guiana Francesa, a qual ainda não está funcionando
porque do lado do Brasil a estrada não foi finalizada e não tem aduana.
No
porto, acertamos cada caminhonete por R$800,00 e cada camarote por R$400,00.
Depois
passamos na zona balneária e recreativa de Macapá. Almoçamos no shopping da cidade e às 3h nos
dirigimos à Fortaleza de São José do Macapá. Segundo a guia da Fortaleza,
Edileine Coelho, é uma construção datada de 1764, cujo objetivo era proteger e
defender as propriedades e limites de Portugal dos estrangeiros: França,
Inglaterra e Holanda. Para erguer a
fortaleza foi utilizada mão de obra de negros, índios, brancos e até crianças
trabalharam na construção devido à escassez de gente. Morriam muitas pessoas,
na época, em consequência de doenças: a malária matava negros e brancos, e a
gripe trazida pelos brancos matava os índios. A Fortaleza nunca foi atacada,
portanto, nunca necessitou entrar em combate contra os inimigos.
Após
essa visita, fomos à Casa do Artesão conhecer o trabalho manual dos artistas de
Macapá. Existem peças de todos os tipos:
bijuterias, cerâmica, talhas em madeira, móveis rústicos, telas pintadas,
cestos, souvenir da cidade.
À
noite jantamos na orla. Pedimos tucunaré e tambaqui (peixes típicos da região).
Uma delícia.