sexta-feira, 6 de dezembro de 2013


25/11/2013
Partimos de Jacarezinho às 7h30, com chuva. Prosseguimos em direção a Florianópolis felizes por já estarmos bem mais perto de casa.
Às 14h11 houve um imprevisto que poderia ter causado um acidente feio com o carro do Fernando. Na rodovia que passa por Curitiba, a panela do freio de um caminhão se soltou e se chocou com as rodas da caminhonete, cortando 3 pneus de uma só vez. Sem condições de continuar a viagem, o guincho foi acionado e rebocou a caminhonete até Garuva onde foram comprados os pneus para chegar em casa. Saímos da oficina às 16h.  Chegamos em São José, casa do Osni e Classir, às 18h, a fim de descarregar as bagagens.
Mais uma viagem terminou.  Para o próximo ano  provavelmente  teremos outra para contar.

24/11/2013
Saímos às 6h45 de Porangatu.  Ainda chovia, e o céu permaneceu nublado. Às 14h17 atravessamos a divisa dos Estados de Goiàs e Minas Gerais, e às 16h40 passamos a divisa entre Minas e São Paulo.
Depois de muita estrada, paramos para descansar em Jacarezinho, norte do Paraná, às 22h30.

23/11/2013
Às 6h20 saímos de Ulianópolis. Letícia e Chico partiram às 4h da madrugada com o objetivo de chegar mais cedo em casa.
Seguimos pela BR 010 em direção ao Maranhão. Chovia bastante, mas havia estiadas frequentes e o sol aparecia de vez em quando. No Tocantins pegamos a BR 226. Chegamos a Porangatu, norte do Estado de Goiás, às 22h40. Aí paramos para dormir.


22/11/1013
Às 8h saímos do hotel à procura de oficina para trocar o filtro dos carros. Não encontramos oficina na cidade, então, fomos conhecer o Mercado Municipal Ver-o-Peso constituído pelo Mercado do Peixe, com uma grande variedade de peixes frescos e crustáceos (o cheiro não é bom, claro), Mercado da Carne, com seus boxes de vidro distribuídos na construção de ferro bonita e interessante (segundo informações da Wikipédia, toda a estrutura de ferro do Mercado foi trazida da Europa seguindo a tendência francesa de art nouveau da belle époque. Foi inaugurado em 1901. Na parte externa há tendas vendendo todo o tipo de frutas exóticas, típicas da região, verduras, ervas, assim como garrafadas que curam enfermidades e até protegem de mau olhado.  Aproveitamos também para dar uma volta no centro comercial próximo ao mercado.
Ao meio-dia partimos e às 13h paramos para comprar gelo (para refrigerar os queijos que compramos) e lanchar. Continuamos pela BR 010.  Às 20h chegamos a Ulianópolis/PA, onde paramos para jantar e dormir. Rodamos somente 388km.

21/11/2013
Andrea nos apanhou no hotel às 8h para irmos ao Mercado Municipal. Vimos legumes, verduras e frutas que não existem no sul do Brasil. Conhecemos o tucupi, que é o sumo da mandioca cozido (cru é venenoso) muito apreciado na culinária de Marajó.
Conversando com uma vendedora local, fiquei sabendo que uma castanheira leva em torno de 100 anos para produzir fruto, e que o amapazeiro, árvore que se encontra ameaçada de extinção, produz um fruto saboroso, em formato de maçã, e um leite medicinal usado como fortificante, estimulante do apetite e no tratamento de gastrite e doenças respiratórias, além de ser um energético natural. O desenho dessa árvore está  no brasão do Estado do Amapá.
Nosso último passeio foi na praia Pesqueiro, uma vila de pescadores protegida e cadastrada na Reserva Extrativista da Marinha do Brasil.  É uma praia bonita com areia branca e fina.
Almoçamos no hotel.  Desde que chegamos nosso prato principal é queijo e carne de búfalo.  A carne e laticínios  desse animal são mais saudáveis do que os de gado, pois o búfalo come o que a natureza oferece.  Ele não recebe antibiótico nem ração para se alimentar.
Às 13h pegamos o micro-ônibus para chegar ao barco que nos levará até Belém. Mais 3 horas de viagem pelo rio.

20/11/2013
Às 8h saímos com Dirlene para conhecer a cidade.  Visitamos a Casa do Artesanato (compramos algumas peças e camisetas), o Curtume Marajó, onde vimos todo o processo artesanal de curtição do couro (compramos sandálias), a Casa do estudioso e artista Ronaldo, que trabalha com a comunidade local e a incentiva na produção de peças que apresentam a tradição marajoara.
Depois Dirlene nos levou à fazenda Mironga, que, por coincidência, era a moradia do Carlos Augusto (Guto), o qual tínhamos encontrado ontem, na vinda de barco. Foi um prazer localizar essa pessoa tão simpática e acolhedora. É nessa fazenda que produzem o queijo de búfala Mironga, tão delicioso que compramos o estoque que havia. Nessa fazenda Osni, Classir, Chico e Letícia montaram um búfalo domesticado da propriedade.
No percurso para a praia de Barra Velha, local onde foi gravada a novela “Amor Eterno Amor”, vimos um bando de guarás, pássaros de penas vermelhas, que estavam no pasto junto com os búfalos se alimentando. São lindos.
Para chegar à Barra Velha tivemos que atravessar uma passarela de madeira por dentro do mangue. É nessa região que se encontra a Reserva Extrativista Marinha de Soure.  O cenário é singular.  Com a maré cheia, as árvores de raízes retorcidas e as cabanas construídas na praia ficam inundadas pela água.  Na vazante, a areia surge com depressões que formam lagoas. Almoçamos numa barraca com os pés na areia.
A visita seguinte foi na fazenda Araruna. Montamos o búfalo Grilo, andamos de carroça puxada por búfalo e batemos fotos de três araras que vivem soltas na fazenda.  Antes de irmos embora, foi oferecido um lanche com bolinho de tapioca delicioso.
Voltamos para o centrinho comercial da cidade.  Às 17h fomos assistir ao ensaio do Grupo de Tradições Marajoaras Cruzeirinho, composto por crianças e adultos, coordenado pela profa. Maria Amélia Barbosa Ribeiro, a qual trabalha como voluntária resgatando as tradições da comunidade marajoara e integrando os jovens com atividades socioculturais. O grupo divulga a dança do Carimbó e já se apresentou em várias cidades, inclusive Florianópolis. Paulinho, vaqueiro da fazenda Araruna, canta, toca flauta e chocalho. Miguel, dançarino de 4 anos de idade, é a atração do grupo. Uma das apresentações é uma homenagem a Juvêncio, antigo vaqueiro e dançarino de Carimbó, que viveu até os 102 anos de idade. No final, fomos convidadas para dançar o Carimbó com o grupo. O GTM Cruzeirinho é formado por voluntários que não dispõem de recursos financeiros próprios. Para quem estiver interessado em algum tipo de doação, os dados são os seguintes: Maria Amélia Barbosa Ribeiro, Banco Amazônia, Agência 050-7, CC 070547-0.

19/11/2013
De manhã ouvimos os comentários de nossos amigos que se depararam com baratas embaixo da cama, no camarote. Chico e Letícia abandonaram o camarote e foram dormir no carro.
Às 11h10 o barco atracou no porto de Belém, Estado do Pará. Retirar as caminhonetes foi outra manobra difícil. Passamos na Guarda Portuária para entrar na cidade. No total esperamos uma hora até sermos liberados.
Rodamos uns 20 minutos meio perdidos pela cidade e voltamos ao porto para comprar passagens hidroviárias para a ilha de Marajó. Decidimos em cima da hora.  Compramos as passagens às 13h, abrimos as malas para levar só o necessário para a ilha, e Tadeu, Osni e Chico levaram as caminhonetes até o estacionamento de um hotel, em Belém. Voltaram de táxi no momento exato de embarcar.
O barco tem uma área VIP com ar condicionado, poltronas, televisão, e é só R$10,00 mais cara do que a comum.  No percurso conhecemos Carlos Augusto, que nos deu informações sobre hotel e visitas na ilha.  Aportamos em Camará às 18h.  De lá pegamos um micro-ônibus até Soure. Contatamos por telefone o Edgar, que trabalha com turistas, e ele nos levou até o hotel Casarão da Amazônia (a equipe da Globo se hospedou nesse hotel para gravar a novela “Amor Eterno Amor”), pessoal simpático e acolhedor. Contratamos também duas guias turísticas, Dirlene e Andrea, para nos levarem aos principais pontos turísticos da cidade.
Jantamos no hotel um delicioso bife de búfalo com queijo de búfala.

18/11/2013
Seguimos para o Porto do Grego, em Santana, às 8h. Ao chegarmos ao porto, o valor do acesso, que ontem era R$30,00, hoje queriam cobrar R$50,00. São 25 horas de viagem pelo rio, num barco que leva carro, moto, passageiros, caixas, cestos e mercadorias em geral. Há também lanchonete e restaurante.
As barracas tiveram que ser retiradas de cima das caminhonetes porque não entravam na altura da abertura do barco. Para colocar os veículos dentro do barco também não foi fácil, pois o espaço é muito limitado.
Só quando entramos no barco, percebemos que os camarotes eram uns cubículos, sem janela, com beliches. 
Às 10h tocou a sirene de partida, mas a embarcação só partiu às 10h23. Fomos conduzidos através do rio Amazonas. Em alguns momentos a embarcação passa bem perto das margens e podemos ver isoladamente algumas comunidades ribeirinhas com casa de madeira, tendo a frente para o rio e os fundos para a floresta amazônica. Na beira do rio, as árvores fincam suas raízes no fundo, e seus troncos emergem das águas sustentando as copas amplas de folhas verdes e galhos emaranhados de cipós.
Nessas pequenas comunidades ao longo do rio, as crianças remam em suas canoinhas de pau em direção ao barco, na esperança de algum turista lhes jogar presentinhos ou guloseimas amarrados em sacos plásticos. Letícia comprou todo o estoque de salgadinhos do bar para atirar às crianças.
Para matar o tempo jogamos baralho e dominó. Ao cair da noite a lua surgiu dourada, grande, sombreada por uma ou outra nuvem em determinadas ocasiões. Sua luminosidade  refletia na selva e nas águas do rio.

17/11/2013
Após o café, no hotel Ibis, fomos ao Porto do Grego, em Santana, para comprar passagens para nós e frete das caminhonetes, de barco, até Belém.  O Estado do Amapá é isolado do resto do Brasil no que se refere a rodovias, e os únicos meios de transporte são por via aérea e fluvial.  A única ponte que existe é a que liga Amapá à Guiana Francesa, a qual ainda não está funcionando porque do lado do Brasil a estrada não foi finalizada e não tem aduana.
No porto, acertamos cada caminhonete por R$800,00 e cada camarote por R$400,00.
Depois passamos na zona balneária e recreativa de Macapá.  Almoçamos no shopping da cidade e às 3h nos dirigimos à Fortaleza de São José do Macapá. Segundo a guia da Fortaleza, Edileine Coelho, é uma construção datada de 1764, cujo objetivo era proteger e defender as propriedades e limites de Portugal dos estrangeiros: França, Inglaterra e Holanda.  Para erguer a fortaleza foi utilizada mão de obra de negros, índios, brancos e até crianças trabalharam na construção devido à escassez de gente. Morriam muitas pessoas, na época, em consequência de doenças: a malária matava negros e brancos, e a gripe trazida pelos brancos matava os índios. A Fortaleza nunca foi atacada, portanto, nunca necessitou entrar em combate contra os inimigos.
Após essa visita, fomos à Casa do Artesão conhecer o trabalho manual dos artistas de Macapá.  Existem peças de todos os tipos: bijuterias, cerâmica, talhas em madeira, móveis rústicos, telas pintadas, cestos, souvenir da cidade.    

À noite jantamos na orla. Pedimos tucunaré e tambaqui (peixes típicos da região). Uma delícia.

sábado, 16 de novembro de 2013

16/11/2013
Eu e Tadeu levantamos cedo. Tadeu saiu para agilizar a ida da balsa que vai pegar os carros, mas não conseguiu.  O horário de saída é às 8h.
Tomamos café e ficamos esperando o pessoal. Quando eles chegaram, o hotel já estava encerrando o horário do café.
Saímos ontem da Guiana Francesa com a intenção de adiantar a viagem, mas no final partimos do Oiapoque às 11h45, ou seja, se tivéssemos chegado hoje, sairíamos no mesmo horário.
Entramos na BR    asfaltada nos primeiros quilômetros, seguida de 100km de estrada de barro. Paramos às 13 h para almoçar numa pequena vila. A temperatura é de 35°C.
Às 15 horas entramos novamente na estrada asfaltada. Depois de 200km a paisagem começa a mudar.  Predominam as  palmeiras que se sobressaem da vegetação rasteira e de arbustos. À tardinha araras azuis sobrevoavam a região à procura de abrigo para dormir. Mais uma vez assistimos ao pôr-do-sol na estrada.
Chegamos a Macapá já passava de 20h.


15/11/2013
Tomamos café às 7h30, arrumamos as bagagens no carro  e saímos do hotel em direção a Montsinery a fim de visitar o zoológico. Chegamos meia hora antes  da abertura da visitação (9h). O zoológico fica numa área verde, grande. Os animais ferozes (puma, onça, pantera negra) ficam em espaços amplos (cerca de 2000m²), com vegetação nativa, e são isolados do público por meio de fossos, grades de ferro e cerca de arame. Os outros são isolados por cercas. Há uma passarela pênsil acima do chão, alta, na qual se chega perto das copas das árvores. Daí se observa melhor os pássaros e macacos que vivem soltos nesse espaço do zoo.
 Depois seguimos para o centro de Caiena. Às 14h partimos em direção ao Amapá pela N2, estrada de asfalto que passa por dentro da floresta.  Raramente se encontra uma casa, perdida na mata intrínseca. Sobre o asfalto, uma cobra amassada, provavelmente pelos pneus de um veículo pesado.
Chegamos a Saint George, fronteira com Brasil, às 17h30. Depois de obter o visto de saída do país, nos dirigimos para a ponte para atravessar a fronteira, mas do lado do Brasil a aduana ainda não está funcionando. Fomos até a beira do rio Oiapoque a fim de atravessar para o Brasil.
Um barqueiro chegou dizendo que a balsa não levava passageiros, só o carro e o motorista, e nos convenceu de que os passageiros (Edite, Classir, Osni, Letícia e Rose) deveriam ir com ele para o outro lado e pedir que enviassem a balsa para apanhar os carros e os motoristas. Quando chegamos lá, não conseguimos contatar o dono da balsa. Então, percebemos que o sem-vergonha só queria arrancar dinheiro.  Ficamos nós no Oiapoque (Amapá), e o Tadeu, Fernando e Chico em Saint George, do outro lado, com os carros. Depois ficamos sabendo que a balsa não trabalha aos feriados. Tive vontade de avançar no barqueiro e disse-lhe os desaforos que merecia ouvir.
Eu fique no hotel Floresta, situado na rua que beira o rio (o pessoal da recepção é simpático e atencioso), os outros retornaram com outro barco para Saint George e acabaram acampando no lado do cemitério. Depois de mais ou menos uma hora, Tadeu veio ao meu encontro com o barqueiro que estava voltando para Oiapoque.

14/11/2013
Levantamos cedo, noite ainda, para tomar café. Vimos o sol nascer, e às 6h30 saímos do hotel para chegar à aduana e estação da balsa.  Às 7h15 apresentamos a documentação e às 8h partimos.  Vinte minutos de travessia pelo rio Maroni e do outro lado já é Guiana Francesa. Ao passarmos com os carros, os policiais solicitaram carteira internacional de habilitação, mas não levamos porque nunca pediram essa carteira nos outros países. Ainda bem que os agentes policiais foram compreensivos e nos deixaram passar.
No percurso está  Sinnamary. É uma cidadezinha bonita, limpa e organizada. Continuamos pela estrada asfaltada que corta a floresta tropical, exuberante, povoada por pássaros, mamíferos, répteis, insetos ...
Paramos em Kourou para almoçar e depois fomos visitar o Centro Espacial, base das experiências espaciais europeias. O foguete Ariane 5, lançado de Kourou, colocou em órbita dois satélites de telecomunicações da Agência Espacial Europeia. O cargueiro espacial europeu Edoardo Amaldi foi lançado com sucesso em direção à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), levando a bordo comida, água, oxigênio e combustível. (www.publico.pt)
Depois da visita, seguimos para Matoury, a poucos quilômetros de Caiena, e nos hospedamos no hotel La Marmotte, indicado pelo nosso amigo Richard.
À noite fomos ao centro de Caiena para jantar.  Como não tínhamos nenhuma indicação de restaurante, nem vimos nada que agradasse, nos dirigimos para o shopping da cidade, o qual ainda está em final de construção. Acabamos voltando e jantamos no restaurante do hotel. 

  
13/11/2013
Todos no refeitório agitados e esperançosos de partirmos de Suriname hoje.  Não conseguimos contato com Richard, porém já sabemos que a obtenção do visto deve sair ao meio-dia.
Os homens saíram para trocar dinheiro e checar as caminhonetes, as mulheres ficaram para arrumar as bagagens.
Richard e a esposa (Queize) nos apanharam no hotel às 11h30. Uma hora depois estávamos com os passaportes na mão. Eles nos levaram até a saída da cidade, e nos despedimos com a promessa de que eles irão nos visitar em março de 2014. A temperatura é de 35°C.
Fomos em direção a Albina (Suriname), fronteira com Saint Laurent du Maroni (Guiana Francesa) para atravessar o rio Maroni  de balsa. A estrada é boa, e somente uns 5km não tem asfalto ainda. Após rodar 85km, pedimos informação a uma afrodescendente bonita, alegre  e simpática (percebemos que tinha todos os dentes de ouro) para saber se estávamos no rumo certo.
Chegamos a Albina às 15h30 e ficamos sabendo que a balsa já tinha partido às 9h. Mais um dia de atraso. Alguns afrodescendentes vieram ao nosso encontro.  Todos falavam ao mesmo tempo em francês, holandês, inglês, querendo nos convencer a ficar no hotel que estavam indicando.
De repente aparecem dois  amigos de Richard para nos ajudar. Eles nos levaram ao melhor hotel da cidade, que não se comparava em nada com o que deixamos em Paramaribo.

Não há nada para se fazer nessa cidade de fronteira.  Compramos nossa janta num restaurante japonês e depois fomos jogar cartas e dominó para passar o tempo.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

12/11/2013
Às 8h estávamos prontos para ir à Embaixada, levar a documentação e os seguros pagos, quase certos de que conseguiríamos o visto e partiríamos hoje mesmo. Triste engano. Fizeram perguntas sobre a nossa ocupação, por que queríamos ir à Guiana Francesa, quantos dias ficaríamos lá, em que hotel iríamos nos hospedar, extrato de conta no Banco, etc.   Richard nos acompanhou e fazia a intermediação quando era necessário.  Na Embaixada, eles falam inglês, francês, espanhol e principalmente a língua oficial: holandês.
Quem tinha foto, entregou-a à funcionária, os outros ainda tiveram que procurar fotógrafo e entregá-las antes do meio-dia.  Richard voltou à Embaixada e as levou pra nós.
Corremos para o computador e telefone tentando reservar hotel na Guiana Francesa para amanhã.  A maioria dos hotéis estavam lotados ou a diária era absurdamente cara. Finalmente conseguimos a reserva de um hotel em Caiena.
Jantamos no mesmo restaurante chinês no qual jantamos no primeiro dia que chegamos a Paramaribo.

11/11/2013
O dia está nublado, e a chuva cai forte e com frequência. Tomamos café e chamamos um táxi para nos levar até a Embaixada da França para solicitar o visto que permite a entrada na Guiana Francesa  e chegar ao Brasil.
Chegando lá tivemos que deixar bolsas e mochilas na entrada.  Uma funcionária nos atendeu em inglês, entregou formulários para preencher e nos despachou rapidamente sem mais informações.
Sem saber exatamente o que fazer, fomos à Embaixada Brasileira para pedir ajuda.  Mas lá também não sabiam nada a respeito dos procedimentos da Embaixada Francesa. Ficamos conversando com outros brasileiros que estavam lá para pedir autorização para voltar ao Brasil, porque eles não tinham passaporte, e acabamos descobrindo um nativo do Suriname, Richard, casado com uma brasileira, que nos levou aos órgãos competentes para fazer o seguro do carro (U$ 250,00) e o seguro pessoal (U$ 30,00). Perdemos toda a manhã com a papelada e o pagamento dos seguros. Amanhã temos que voltar à Embaixada para solicitar o visto da Guiana Francesa.
Já passava de meio-dia quando nos reunimos para almoçar. À noite fomos ao shopping pretendendo jantar por lá. A praça de alimentação não agradou.  Acabamos passando numa padaria onde compramos salgados, tortas, refrigerantes e fomos comer no hotel. Depois as mulheres ficaram jogando canastra, e os homens, dominó.

10/11/2013
Cada um acordou no horário que quis.  Nada de levantar cedo e sair correndo para pegar a estrada. Na parte da manhã a maioria se largou na piscina e curtiu as comodidades do hotel.

Saímos para almoçar e nos deparamos com o centro turístico de Paramaribo.  Há construções de madeira bem edificadas, praças, restaurantes, cafés. Passamos em frente ao Palácio Presidencial e pelo centro histórico da cidade, que conserva o estilo original do século VXIII. Tivemos sorte de apreciar um festival de dança e música das principais etnias  que compõem o povo de Suriname. Essa parece ser uma comemoração importante na capital. Voltamos para o hotel já era noite. 

domingo, 10 de novembro de 2013

09/10/2013
Saímos de Georgetonw às 3h da manhã a fim de podermos passar a fronteira para Suriname, em  direção a Corriverton, e  pegar o ferry que sai às 9h.  Abastecemos os carros e partimos. Essa parte da Guiana é povoada.  Nas laterais da estrada há casas construídas com madeira e alvenaria. A essa hora da manhã já havia feirantes montando suas barracas.
Às 6h30 (horário local) chegamos à estação do ferry e ao posto policial para fazer a saída do país (Guiana). Apresentamos os documentos, trocamos os dólares guianeses por dólares surinameses com um cambista da fronteira e fomos seguindo o fluxo das pessoas, a maioria de descendência africana e indiana, mas também encontramos alguns brasileiros que estão morando lá  há anos como garimpeiros, taxistas, gerentes de hotéis etc.  
O ferry leva 20min para chegar ao outro lado da fronteira. Do outro lado enfrentamos uma fila para fazer os documentos de entrada em Suriname. Quando nos desvencilhamos da papelada já era meio-dia (diferença de uma hora a mais no fuso horário).
Começamos nossa viagem por Suriname.  Não há muita diferença do país que visitamos anteriormente. Não há lixo na beira da estrada, mas o estilo de arquitetura é semelhante: casas de madeira e alvenaria, sem edifícios altos, clima quente e o sentido de circulação no trânsito é mão inglesa também.
Ao chegarmos à cidade começou nossa maratona para procurar hotel.  Com a indicação que tivemos de um brasileiro que conhecemos na fronteira, fomos parar em hotéis duvidosos, malcuidados e até sujos. Saímos dessa zona à procura de hotéis bons, mas estavam todos lotados. Sem conhecer nada da cidade, contratamos um brasileiro que nos levou até o hotel Sheva (5 estrelas), ótimo, seguro, confortável, tudo o que precisávamos depois de uma viagem longa e cansativa.

Jantamos num restaurante chinês, comida ótima, e fomos dormir.  

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

08/11/2013
De manhã contratamos um táxi para visitar os pontos turísticos da capital da Guiana e para nos levar até o Consulado da França e o do Suriname, a fim de  conseguir visto para atravessarmos esses países para chegarmos ao Brasil. Fizemos o seguro dos carros para passar por Suriname, mas não conseguimos falar com ninguém do Consulado francês.
Georgetown é uma cidade litorânea que foi construída abaixo do nível do mar. Em decorrência disso, a  cidade é circundada por canais cujas águas sobem e descem de acordo com o movimento da maré.  Para conter o avanço das águas do oceano Atlântico na cidade, construíram um muro de concreto  alto e comportas que são fechadas na enchente da maré e abertas na vazante para esgotar a água dos canais. Em determinadas partes da cidade esses canais são cuidados ou cobertos com passarelas de concreto, em outras, os canais na frente das casas e de edifícios se ligam à rua por meio de pontilhões de madeira e muitos desses canais estão cheios de lixo descartável.  
Nossa primeira visita foi a  Catedral de St. George, datada de 1842. Segundo um senhor que nos recebeu, essa é a maior estrutura de madeira do mundo. Depois passamos na frente da residência do Presidente, batemos foto, e fomos até outra igreja, católica, na qual o padre estava rezando a missa.
Passamos na frente do Jardim Botânico e depois visitamos o Guyana National Museum, onde havia crianças uniformizadas acompanhadas por seus professores. Nosso último passeio foi atravessar a ponte flutuante sobre o rio Demarara.
Almoçamos churrasco num restaurante brasileiro. Tadeu conseguiu arrumar o espelho da caminhonete e em seguida se encontrou com o pessoal no shopping.  Há produtos baratos, mas é preciso tomar cuidado com as falsificações.


07/11/2013
Acordamos às 4h30 da manhã, tomamos café e levantamos acampamento. Às 6h continuamos a viagem por dentro da floresta nas mesmas condições do trecho anterior ou até pior: verdadeiras crateras enlodadas, pontes de madeira estreitas, troncos caídos ocupando metade da pista, galhos de árvores que pendem e cipós que se penduram sobre o caminho. A média de velocidade 30km/h.
Às 7h20 encontramos um inglês e um canadense cheios de mochilas, os quais estão fazendo esse percurso de bicicleta. Conversamos um pouco, demos duas garrafas de água pra eles e seguimos.  
Depois de 290km  com os carros aos solavancos tirando as bagagens do lugar e as recolocando novamente, a estrada melhora. Após rodar 305km  encontramos madeireiras que já haviam feito uma clareira na floresta com o corte das árvores. Mais à frente, paramos em Mabura Hill para lanchar e abastecer os carros.
À mediada que avançamos para o litoral, a vegetação se torna menos densa e aparece uma areia branca, fina, nos pés das árvores. O asfalto começa após 421km e é tão ruim quanto a estrada de barro. Em Linden o asfalto melhora.
Já rodamos 435km. Às 15h30 chegamos a Georgetown, bem na hora em que os estudantes estão saindo da escola. Os uniformes se parecem com o figurino da década de 1950 – 60. Chegamos ao fluxo do Stabroek Market: quitandas de verduras, frutas, legumes, utensílios de cozinha, lojas de roupas, som alto atraindo a atenção dos transeuntes e um trânsito caótico, mais caótico ainda para nós, devido à mão inglesa.
Entramos em contato com Roberto, mineiro que mora em Georgetown há 13 anos e que nos deu apoio na escolha de hotel, indicou casa de câmbio e nos levou para jantar num restaurante chinês delicioso. Ele estava acompanhado pela esposa e  uma amiga da família.


06/11/2013
Tomamos café na mesma padaria (talvez seja a única da cidade de Bonfim). Conversamos com a gerente da Pousada Takutu para trocar real por dólares guianeses.  Chegando à fronteira, ficamos três horas esperando para despacharem a documentação do carro. É muita burocracia, muito papel para preencher e é necessário ter muita paciência.
Seguimos para Lethem e depois pegamos a única estrada que existe em direção a Georgetown. A estrada é de chão batido, com muitos buracos, valetas e pontes estreitas com falta de manutenção. Assim como na Inglaterra, os carros têm direção no lado direito, portanto, o sentido de circulação dos veículos é pela esquerda.  Tivemos que baixar a calibragem dos pneus devido às condições da pista. O clima é quente e úmido, temperatura de 33°C.
Às 15h30, depois de rodar 130km por dentro da floresta, encontrando uma ou outra casinha de madeira nesse percurso,  chegamos na cancela da Reserva Iwokrama. Apresentamos os documentos e continuamos. O mato cresce invadindo  o caminho, pássaros e borboletas passam em revoadas na nossa frente, além de pequenos animais que cruzam a estrada correndo. A paisagem é linda e solitária.  Apesar de a estrada estar dentro da floresta, há placas de sinalização. A caminhonete do Tadeu perdeu o espelho num galho de árvore intrometido. Raramente cruzamos com um carro. São 206km, mais de 5 horas nessa estrada até chegar à balsa para continuar do outro lado do rio.
Saímos da Reserva às 17h40 e logo chegamos ao local da balsa, 16 minutos antes do último horário, ou seja, às 18h.  A balsa estava do outro lado do rio e ficamos receosos, achando que não viriam nos buscar.  Nesse caso, teríamos que dormir na floresta, na beira do rio, do lado de fora da Reserva, sem energia e sem local para comer.
A balsa começou a se movimentar e veio ao nosso encontro. Passamos para o outro lado do rio e não precisamos pagar a passagem, porque não é cobrada a ida, somente a volta.

Logo depois do rio, em Canister Falls, há um alojamento com um restaurante precário. Comemos nesse local, alugamos o único quarto vago que havia para usar o banheiro, e armamos nossas barracas no gramado ao lado. 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

05/11/2013
Saímos cedo, tomamos café numa padaria em Bonfim/RR, e fomos procurar banco para sacar dinheiro.

Na fronteira preenchemos todos os formulários de saída do Brasil e entrada na Guiana. Quando pensávamos que estava tudo pronto,  barraram a nossa entrada porque precisávamos de uma permissão dos veículos para chegar a Georgetown, capital. Tivemos que voltar a Boa Vista (115km)  para pegar a permissão no Consulado da Guiana.

Perdemos o dia fazendo toda a documentação dos carros, mas fomos muito bem atendidos pela Consulesa Leila King e sua equipe, que nos deram informações, mapas e  uma carta de recomendação, assinada pela Consulesa, a fim de facilitar nosso acesso através da Guiana. Na hora de ir embora ainda batemos foto com a simpática Consulesa e equipe.

Fizemos um  bom lanche numa cafeteria com tortas e salgados deliciosos, em Boa Vista. Em torno de 19h estávamos voltando para Bonfim, ao mesmo hotel onde nos hospedamos na noite passada.


Amanhã seguiremos novamente para a Guiana.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

04/11/2013
Começamos a arrumar nossa bagagem para passar a aduana, depois do café. Carimbamos os passaportes e nos dirigimos para Pacaraima/RR. Almoçamos no restaurante de sempre e às 13h partimos.

A estrada que leva até Bonfim, fronteira do Brasil com Guiana, é ruim, asfalto remendado e cheio de buracos.  A vegetação que se estende ao longo da via é rasteira, com arbustos entremeados.

Paramos em Boa Vista para dar uma olhada nos carros e ir ao banco, e continuamos pela RD 401 até Bonfim. Anoiteceu e ainda estávamos na estrada. Pegamos um hotel por volta das 19h, em Bonfim.  Amanhã pretendemos passar a fronteira.   


03/11/2013
Saímos de Villa de Pascua às 5h da manhã a fim de chegarmos hoje à fronteira do Brasil. Enquanto rodávamos pela estrada íamos acompanhando o nascer do sol. A estrada nesse trecho é muito ruim, cheia de buracos e sem acostamento.

Uma hora depois encontramos uma rodoviária com lanchonete aberta e tomamos nosso café da manhã ali. Daí pra frente é só estrada até a fronteira.

A Rota 10, na qual estamos andando, é ótima. Há pedágios, mas não há ninguém para cobrar. Passamos por Ciudad Bolívar, San Félix e Upata  Nessa última fizemos uma parada para almoçar.

Atravessamos a serra e acompanhamos o pôr-do-sol. Quando saímos dessa estrada já era noite. Logo depois está situado um posto do Exército onde esperamos numa filha de carros , ônibus e caminhões para abastecer os carros.

Por volta das 22h chegamos a Santa Elena (Venezuela), fronteira com o Brasil, e aí passamos a noite.


02/11/2013
Saímos de Punto Fijo às 7h45. Estamos voltando para o Brasil, Roraima, porque não há estrada ligando a Venezuela à Guiana. Às 9h passamos por Coro, uma das cidades mais antigas da Venezuela.
Na Venezuela esbanjamos. Ficamos em ótimos hotéis (quando era possível), comemos nos melhores restaurantes e  o combustível era praticamente de graça.  O país é bonito, mas precisa de muito investimento em turismo para atrair estrangeiros.

Encontramos pedágios ao longo das rodovias, porém não há ninguém para cobrar tarifa. Depois de Moron, em Boca de Aroa, almoçamos num restaurante à beira do mar. A praia e a água dessa parte  do Caribe não se parecem em nada com outras praias que visitamos: mar revolto, praia cheia de troncos secos e lixo espalhado.

Em Puerto Cabello, um dos portos mais importantes do país, há refinarias de petróleo com chaminés enormes expelindo fumaça para cima.

Parece que feriado de finados não é um dia importante para os venezuelanos, passamos por mais de um cemitério e estavam todos vazios.

Por volta das 20h paramos em Villa de Pascua, jantamos e passamos a noite nessa cidade.



1°/11/2013
De manhã saímos para conhecer algumas praias da Península de Paraguaná. O trajeto até as praias é asfaltado, mas há muito lixo na beira da estrada.  O terreno é seco com cactos e vegetação rasteira se sobressaindo do barro arenoso e vermelho.

Passamos pela praia  Adícoras, mar bonito, mas não é o que se espera de uma praia do Caribe. Continuamos; e no percurso  nos deparamos com as Salinas de Cumaragua. Há montes de sal petrificado na beira dos tanques.

Nas laterais da rodovia há cabras soltas e jegues, que atravessam a rua inesperadamente.

Seguimos para Punta Negra, passamos por Puerto Escondido e terminamos em Cabo San Roman. Olhando para o mar em frente, dá para ver ao longe a ilha de Aruba. Ficamos frustrados por não conseguirmos ir até lá.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

31/10/2013
Depois do café saímos para procurar agência de viagem a fim de comprarmos passagens para as ilhas (Aruba e Curazao), que ficam perto da cidade de Punto Fijo, situada na costa ocidental da Península de Paraguaná, onde existe o maior centro de refinaria de petróleo do mundo e onde estamos hospedados.

Infelizmente todas as agências que visitamos não tinham mais disponibilidade de voos até o final deste ano. Tentamos alugar um barco, mas as condições do tempo não estão favoráveis para andar de barco. Tentamos fretar um aviãozinho, mas o custo final é o mesmo de uma passagem de Florianópolis direto para Aruba. Além disso, teremos que pagar taxa de pouso no aeroporto.


Decidimos ficar em Punto Fijo até 02 de novembro e conhecer melhor a península. É uma pena estar tão perto das ilhas e não ter condições de visitá-las. 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

30/10/2013
Às 6h40 continuamos a viagem. Tomamos café na primeira lanchonete que encontramos aberta e em seguida entramos na fila para abastecer os carros. Meio tanque de diesel custa R$0,10 (dez centavos de real) e um cafezinho no posto custa R$0,15 (quinze centavos). Os bombeiros enchem o tanque dos carros até a boca e sempre deixam escorrer em torno de um litro pela lataria afora.
Nosso destino é Punto Fijo, uma cidade situada nas cercanias de uma refinaria, que se destaca pelo movimento turístico e comercial (zona franca da Venezuela), de onde vamos obter informações para conhecer as ilhas de Aruba e Curazao.
De repente um desvio na rodovia devido a um desmoronamento. Subimos as montanhas por uma estrada sinuosa, com árvores caídas até a metade da pista de asfalto. Essa é uma parte da Rota 1, a qual devemos seguir para chegar ao nosso destino.
Ao meio-dia almoçamos em Guacara.  Alguns quilômetros depois, em Puerto Cabello, há uma refinaria. Raramente se vê um pasto com gado. Em Paraguaná, o asfalto passa pelo meio das dunas, cujas areias avançam na rodovia.
Chegamos a Punto Fijo por volta das 7h da noite.  Os hotéis estão lotados. Voltamos uns 10km e conseguimos um hotel ótimo para passar a noite.

29/10/013
Levantamos cedo para arrumar a bagagem que está aumentando. Mudamos nossos planos. Não vamos mais a Caracas. Achamos melhor curtir as ilhas do Caribe.
Às 9h saímos da pousada em direção ao ferry. No caminho abastecemos os carros (R$0,20) e seguimos.  Após 45min chegamos à Aduana Punta de Piedras, entramos na fila para apresentação dos documentos e tíquetes e ficamos esperando até às 12h para entrar na embarcação. Este ferry que pegamos (express) leva duas horas para chegar a Puerto La Cruz e é ótimo: poltronas confortáveis, lanchonetes e banheiros bons e limpos.
Saímos do ferry às 14h45. O trânsito é caótico. Ninguém respeita o sinal. Levamos uma hora para sair da confusão do tráfego e alcançar a rodovia. Passamos por um pedágio, mas não havia ninguém para cobrar. A 90km de Barcelona avistamos uma refinaria de petróleo jorrando fogo e fumaça preta para cima.  Mais ou menos 80km depois há outro pedágio, mas só é cobrado de caminhão.

Ao anoitecer cai uma chuva grossa que nos acompanha até Rio Chico. Apesar das péssimas condições do hotel, temos que parar aqui porque a estrada é ruim e muito perigoso viajar à noite. 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

28/10/2013
Hoje de manhã os homens foram à empresa de ferry para confirmar e pagar a taxa de prorrogação dos nossos tíquetes. Depois nos dividimos. A maior parte do pessoal foi dar mais um passeio pela ilha, e Rose e Fernando foram ao shopping finalizar umas compras.

Saímos em direção à Laguna La Restinga. No meio do caminho vimos o Museu do Mar e entramos. O museu é bem organizado, contém peças antigas que pertenceram à marinha venezuelana, exposição de conchas, caramujos, crustáceos e corais. Ficamos impressionados com o tamanho e a variedade de corais, assim como dos demais espécimes.  Também existem peixes e tartarugas vivas em tanques abertos para visitação, além de peixes exóticos e cavalos-marinho nos aquários internos. No segundo andar há uma sala especial para exibir documentários sobre a vida no nosso planeta e sobre o museu.

Continuamos até a Restinga; uma reserva resguardada pelo governo, importante para o ecossistema e a sobrevivência dos pescadores que dependem desse criadouro natural.
Almoçamos novamente no nosso restaurante preferido e depois fomos ao shopping e tomamos café. À tardinha voltamos para a pousada.


Amanhã pegaremos o ferry de volta e seguiremos para Caracas.

27/10/2013
Como sempre, tomamos café cedo para aproveitar bem o dia. Em seguida saímos em duas caminhonetes e percorremos várias praias na direção norte da ilha. De manhã passamos por Playa Guacuco, El Cardón, Tirano, Parguito, El Água, e El Humo
Almoçamos em Manzanillo. Queriam cobrar B$3.000,00 por uma lagosta. No restaurante perto do nosso hotel pagamos B$440,00. Comemos camarão, que estava no preço dos demais restaurantes.
As praias são muito bonitas, mas na periferia o lixo é colocado a céu aberto. A imagem de Hugo Chaves está em outdoor por toda parte assim como a santa padroeira está em santuários ou exposta em altares. Até no shopping tem santa.
Continuamos o passeio pelas praias: Puerto Constanza, Guayacán, Bahia La Galera, onde fica o Fortim de Galera, de onde se tem uma vista maravilhosa para a praia e as lagunas. Visitamos o forte, batemos fotos e tomamos café com galletas deliciosas. Entramos na Bahia de Juan Griego, repleta de pelicanos, e voltamos para o hotel.
À noite jantamos num restaurante do shopping. A comida estava saborosa.

26/10/2013
Tomamos café e ficamos esperando Osni, Classir e Letícia, que foram trocar nossas passagens de ferry, de hoje para terça-feira, porque resolvemos ficar mais tempo na ilha.  A comida é boa, o comércio é barato e estamos muito bem instalados de frente para o mar. Osni e Tadeu contrataram um passeio de barco para hoje de manhã.  Apesar do vento, que deixava o mar agitado, embarcamos; receosos, mas com muita coragem.  Quando o barco deu a partida e começou a nos levar pra longe da costa, as águas do mar do Caribe pareciam ter se tornado mais revoltas. Todos se seguravam na borda da embarcação com medo de ser lançado fora do barco. Luiz, de Manaus, era o mais apavorado de todos. O “déjà vu” veio à cabeça. O que estávamos fazendo ali num barco pequeno, no mar do Caribe, metidos numa aventura sem propósito?
Não conseguimos bater foto, pois a embarcação balançava e a água respingava nas câmeras. Não conseguimos curtir o passeio, pois as ondas agitadas incomodavam, e o que parecia ser prazeroso estava se tornando incômodo. Então, voltamos para a praia do hotel e almoçamos no mesmo restaurante de ontem.
À noite fomos comer pizza num restaurante cujas mesas ficam no jardim. Pizzas saborosas, parecidas com as que fazem no Brasil.


25/10/2013
De manhã fomos comprar passagens de ferry para voltar ao continente da Venezuela.  Depois percorremos a rua 4 de Mayo, onde ficam lojas de marca com mercadorias originais.  Como o bolívar está muito desvalorizado, a gente consegue comprar peças originais pela metade do preço.
Às 13h nos encontramos para almoçar.  Um motorista de táxi nos recomendou comer lagosta na Bella Playa, no restaurante do Pablo, de frente para o mar.  Comemos lagostas, porções de camarão e lula, suco, refrigerante e muita cerveja para 11 pessoas. Ficamos surpresos com a conta, ou seja, o equivalente a R$26,00 por pessoa. Os homens tomaram banho de mar e tudo.  Voltamos para o hotel e ficamos de molho na piscina até anoitecer.  Os que estavam muito “borrachos” ficaram no hotel, os outros foram ao shopping Las Velas jantar e fazer mais umas comprinhas.
Quando chegamos, Tadeu e Fernando ainda estavam na piscina.

24/10/2013
Por volta das 4h da manhã começamos a chegar perto da ilha. Às 4h30 saímos do ferry, mas Fernando ficou, pois a bateria do carro descarregou. Provavelmente os faróis ficaram acesos. Um mendigo ajudou a empurrar o carro para fora do ferry, e o Tadeu fez “chupeta” da nossa caminhonete. Seguimos à procura de hotel e assistimos ao nascer do sol na praia Punta de Piedra.
Está acontecendo um Congresso na ilha, e os hotéis estão lotados.  Luiz entrou em contato com uma brasileira, que mora aqui e que consegue hotel para brasileiros. Tomamos café no hotel onde ela estava, mas não havia vaga. Então, fomos para o shopping esperar o contato dela. Ela conseguiu nos hospedar numa posada de frente para o mar, com apartamentos de frente para a piscina. À noite ainda deu para fazer um churrasco na área dos fundos da piscina, quase na praia.

23/10/2013
Às 6h todos já estão levantados. Vamos em direção a Puerto la Cruz pra pegar o ferry para Isla Margarita. Às 6h25 partimos. A família que conhecemos ontem nos acompanha: Luiz Eduardo, Neusa, Felipe e Nicolas.  Paramos para tomar café e partimos às 7h7.
A 15km de Upata a autopista é larga, ótima.  Não há placas indicando a velocidade máxima.  O transporte coletivo é feito numa caminhonete que leva os passageiros na carroceria sentados em bancos, em pé, do jeito que der.
Às 9h45 começamos a passar por uma zona perigosa.  Abastecemos em Guayana sem parar no caminho para nada. Pegamos dois pedágios, mas não tem ninguém para cobrar. Depois passamos pela ponte Orinoco, bonita, parecida com a de Manaus.
Em Mano Abajo, os vendedores ambulantes colocam os carrinhos no meio da rodovia com os carros passando em volta. Na estrada tem placas dizendo: “Pedinte – Peligroso”.  Em El Tigre, justamente onde recomendaram não parar, pegamos uma fila de carros que nos atrasou mais de meia hora.
A temperatura é de 34ºC.  Alguns carros que transitam são tão velhos que não sabemos como ainda se movimentam. De repente saímos da autopista e entramos numa estrada deserta. Na autopista Anaco – El Tigre, a 50km de Barcelona, 15h, um policial manda parar a caminhonete do Tadeu e aplica uma multa porque o passageiro do banco de trás (Osni)não estava usando cinto de segurança. Uma mentira deslavada para arrancar propina, pois os venezuelanos não usam cinto nem capacete para andar de moto.  Classir entrou lembrando que os venezuelanos não estavam usando cinto. Quando perguntei se a multa era só para estrangeiros, ele ficou bravo e disse que estava nos atendendo por isso não podia ver os outros. Retruquei que eram muitos sem cinto, e ele se manteve calado com cara feia. Perguntei o que deveríamos fazer para pagar a multa. Ele disse que teríamos que voltar para um posto anterior e que levaria mais ou menos 4 horas até nos liberarmos.  Insisti para que nos dissesse o que fazer para devolver o documento do Tadeu e o do carro, mas ele ficava enrolando, escrevendo num papel e não decidia nada.  Osni entrou na cabine e perguntou se haveria possibilidade de ele pagar a multa para agilizar a nossa viagem.  Ele e o outro policial aceitaram, devolveram os documentos, mas não nos deram recibo.
Às 16h30 chegamos a Puerto La Cruz. Compramos tíquetes para atravessarmos o mar até Isla Margarita. O ferry que pegamos é horroroso, vende comida estragada e leva 6 horas para chegar. Partimos às 23h e chegaremos às 5h do outro dia.

22/10/2013
Às 7h30 tomamos café e em seguida nos dirigimos para a aduana. Às 8h entramos numa fila enorme para abastecer as caminhonetes com diesel. Esperamos só meia hora porque os turistas têm preferência. Ficamos até às 11h para fazer a documentação.  Quando pensávamos que estava tudo pronto, mandaram a gente voltar ao Brasil para pegar uma declaração de que o carro não é roubado (R$27,00), no Departamento de Trânsito do  município de Pacaraíma. Fizemos o seguro do carro, válido por um ano na Venezuela (obrigatório, no valor de 2.000 bolívares = R$100,00). Almoçamos no mesmo restaurante em que jantamos no dia anterior (o melhor da cidade, porque nos outros não nos arriscamos).
Voltamos para a aduana. É incrível a lerdeza dos agentes para despachar os documentos. Finalmente às 14h30 fomos liberados, mas tivemos que voltar porque erraram a data do nosso retorno ao Brasil. Perdemos mais de 7h para atravessar a fronteira.
Quando saímos da fronteira, uma família entrou na nossa caravana. A estrada no lado da Venezuela é boa. Atravessamos a Gran Sabana pela Rota 10, 1010m de altitude, com vegetação rasteira e montanhas ao fundo. A paisagem é linda, com bastante verde.
Recomendaram que não viajássemos à noite, porém na vila onde pretendíamos parar, o único hotel já estava lotado. Tivemos que continuar. A 560km está a cidade mais próxima, segura, para dormir. Os soldados do Exército nos paravam, recomendavam cuidado e nos informavam em que pueblos (aqui também tem reservas indígenas) não poderíamos parar. Passamos por um pueblo à noite, que dava medo só de olhar. Na estrada encontramos uma moto com duas crianças e dois adultos agarrados um no outro, sem capacete, claro.
Passamos por seis postos do Exército, parávamos, pedíamos informações e seguíamos. Nosso combustível estava acabando e não havia posto por perto. Às 10h40 paramos em Guasipati, uma cidade segura, com posto de gasolina, onde passamos a noite. Para encher as três caminhonetes gastamos B$7,00 (equivalente a cinquenta centavos de real). Os bombeiros às vezes nem querem receber o dinheiro. A cidade não tem internet.



segunda-feira, 21 de outubro de 2013


VIAGEM  PARA VENEZUELA E GUIANAS


21/10/2013

Levantamos acampamento às 7h40 e seguimos para o centro de Boa Vista. Procuramos o Banco do Brasil para sacar dinheiro e na volta encontramos um pessoal que nos deu informações sobre câmbio e sugestão de hotel. Estávamos pensando em comprar mantimentos no supermercado local, mas eles disseram que na Venezuela é muito barato fazer compras.

Almoçamos e às 11h36 partimos em direção à fronteira. Uma hora depois chove forte, mas logo em seguida passa. Dá para perceber quando vamos pegar chuva. É só olhar para o céu e ver qual nuvem está em cima despencando água. O dia está nublado, mas a temperatura é 35°C.
Às 13h20 paramos numa vila indígena para colocar combustível.  Osni calculou mal a quilometragem e quase ficamos na estrada. Às 14h chegamos a Pacaraíma e nos hospedamos no hotel Amazonas. Trocamos reais por bolívares com o cambista do hotel e fomos fazer um lanche. Ficamos impressionados com a quantidade de dinheiro que recebemos.  O câmbio na fronteira é de R$1,00 para 19 bolívares (moeda da Venezuela).

Nosso combustível acabou e não há óleo para vender, só gasolina. Disseram que amanhã o óleo chega a partir das 8h30. Vamos esperar.

20/10/2013

Acordamos às 6h (horário de Manaus, duas horas menos em relação a Brasília) e fomos tomar café.  Conversamos bastante com o casal, que nos deu informações sobre a região e a fronteira da Venezuela.

Continuamos pela BR 174 em direção a Boa Vista. Dentro da reserva, a estrada é boa, mas depois o asfalto é ruim, cheio de buracos, e melhora quando chega mais perto da capital.   Ficamos horas sem sinal de celular e internet.

A 100km de Boa Vista já se vê montanhas. Às 9h30 chegamos em Boa Vista. Às 11h paramos no “Recanto do Dedé”, um lugar com lago e duchas na rua, restaurante, cabanas e local para acampar.   Almoçamos galinha caipira e dourado na telha.  Ficamos curtindo o lugar durante todo o dia e acampamos ali. Amanhã vamos ao centro de Boa Vista e depois seguimos para a Venezuela.

19/10/2013

Esta manhã ficou livre para cada um fazer a sua programação. Ao meio-dia almoçamos juntos, fechamos a conta do hotel e passamos pela cidade para ver alguns pontos turísticos. O Mercado Público é uma construção interessante do sec. XIX, bonita, com estrutura de ferro, mas só olhamos por fora porque está em fase de restauração.

Às 13h55 cruzamos a ponte do Rio Negro, a mais bonita de Manaus. Continuamos o passeio para conhecer Ponta Negra, local onde vive a elite amazonense e onde estão os melhores hotéis.  Fica na beira do rio Negro e há uma praia na margem do rio frequentada por banhistas. Mal chegamos e desabou uma tempestade forte, com raios e trovões, que nos obrigou a entrar rapidamente no carro e seguir viagem. Tivemos que parar devido à cortina d’água que nos impedia de ler as placas de sinalização. Uma caminhonete rodou na pista do outro lado da avenida. A tempestade parou tão repentinamente quanto chegou.

Seguimos pela BR 174 até a cidade de Presidente Figueiredo, município conhecido pelas maravilhosas cachoeiras e grutas. Queríamos acampar numa dessas cachoeiras, mas é proibido acampar e não havia mais cabanas vagas para alugar. Continuamos rodando para adiantar a viagem, já que não dava para curtir as cachoeiras.

Às 18h05 pedimos informação num posto de combustível e 7km depois entramos na Reserva Indígena Waimiri Atroari. A BR 174 passa por dentro dessa reserva, que é fechada às 18h30. Depois desse horário ninguém entra. A paisagem no pôr-do-sol é fantástica, mas não podemos parar. Às 18h15 entramos na reserva. As placas informam: “Evite parar”. Disseram que quando um carro quebra na reserva, os índios cercam o veículo e só liberam o motorista para pedir socorro no outro dia de manhã. Não há sinal de celular nem internet.

Às 18h35 passamos a divisa dos Estados de Amazonas e Roraima, mas estamos ainda na reserva. Às 18h45 vimos uma sucuri, ou jiboia, enorme como nunca tínhamos visto antes, atravessando o asfalto. Às 19h20 saímos da reserva, mas a entrada desse lado já estava fechada com corrente.

Fomos dormir em Macoxi, na pousada do casal Ana Maria e José, de Canoinhas, Santa Catarina, que está morando nesta região há 18 anos. É nesta região que vive a tribo indígena que nunca teve contato com o homem branco. É uma região de muito ouro, tráfico de drogas e exploração de madeira.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013


18/10/2013

Hoje tomamos nosso café às 9h da manhã. Conversando com o pessoal local, soubemos que tivemos muita sorte em fazer a travessia da BR 319 em dois dias.  Quando chove muito, as pessoas levam seis dias para atravessar e chegam a acampar no meio da estrada.

Enquanto os homens levam os carros ao posto para lavação, as mulheres dão um passeio pelo centro e visitam o Teatro Amazonas, inaugurado em 1896, construído quando a cidade estava no momento de riqueza, durante o “ciclo da borracha”. Atualmente é o símbolo mais relevante de Manaus.

Às 13h nos dirigimos para o porto de Manaus a fim de fazer um passeio a lugares turísticos da região. Contratamos um táxi fluvial (barco) e fomos almoçar num restaurante flutuante no rio Negro. Lá oferecem um bufê com peixes da região (pirarucu, tambaqui), alguns pratos típicos e suco de frutas nativas da região. 

Depois do almoço seguimos durante 10 minutos por uma passarela de madeira a 5m do chão, que  nos deixava bem perto das copas das árvores, para ver a planta vitória régia. Ela possui uma folha enorme, parecida com uma forma de pizza, que fica na superfície da água, pode chegar a 2,5m de diâmetro e suportar o peso de uma criança.  Sua flor tem uma fragrância forte, e o suco extraído de suas raízes é utilizado pelos índios como tintura negra para os cabelos. Visitamos também a árvore chamada Samauma, considerada pelos indígenas como a “mãe das árvores”, que pode atingir 90m de altura. Suas raízes formam compartimentos que servem de abrigo para os índios.

Depois pegamos o barco novamente e fomos a Janauari, local onde foi rodado o filme “Anaconda”.  Estivemos em outro local em que havia um bicho-preguiça e uma sucuri gigantesca convivendo com uma família numa casa flutuante. 

Nosso último passeio foi ver o encontro das águas do rio Negro (de água escura) e Solimões (de água barrenta, amarelada). As águas dos dois rios correm lado a lado e não se misturam por uma extensão de 6km. Isso acontece devido à diferença entre a temperatura e densidade das águas e à velocidade das correntezas: o rio Negro corre cerca de 2km/h com temperatura de 28°C, e o Solimões corre de 4 a 6km/h com temperatura de 22°C.

À noite fomos ao shopping Amazonas

Obs.:
Quando falamos ao nosso guia que  Osni e Fernando tinham visto uma pantera negra, ele disse que provavelmente deveria ser um gato-do-mato preto, grande, selvagem, que vive naquelas localidades.

17\10\2013

Levantamos cedo e às 7h30 saímos do acampamento. Temos mais 350km para rodar nessa estrada, ou melhor, trilha, que em alguns pontos fica 16m acima do nível do mar, no interior da selva amazônica. Em alguns trechos a velocidade é 7km por hora. Depressões cheias de lama e asfalto quebrado formam crateras enormes.

Lembrando ainda das kombis passando por esta estrada sem tração 4x4, Fernando matou a xarada dizendo: “Eles trazem um monte de gente, quando a Kombi atola, todo mundo desce e empurra.”

Após 20km Fernando e Osni, que estavam na frente, avistaram uma pantera negra  embrenhar-se no mato rapidamente. Não conseguiram fotografar. Às 11h34 vimos uma  casa no meio do mato. Aparentemente não havia ninguém, só um cachorro.

Às 12h30 paramos numa sombra para comer e partimos às 13h40. Chegamos a Igapó Açu a fim de cruzar o rio de balsa e continuar a BR 319 até Manaus. Levamos 3 horas para percorrer 40km.

Às 14h50 estávamos do outro lado do rio, na continuação da rodovia. Nesse trecho a estrada é bem larga, e a média de velocidade é 55km por hora. Alguns trechos não têm asfalto, então quando chove a pista fica escorregadiça e quando não, há muita poeira. Aqui também encontramos queimadas. Depois de 50km a estrada é asfaltada e dá pra andar a 100km por hora. Quase não circulam veículos nessa rodovia, e onde antes existia uma balsa, agora existe uma ponte ligando a rodovia.

Chegamos a Careiro às 16h53 e também havia uma ponte onde antes o percurso era feito por balsa. Continuamos na BR319 bem conservada, mais aberta, vegetação afastada das margens e com algumas fazendas de gado nas laterais.

Às 18h30 chegamos na balsa que atravessa o rio Solimões até Manaus. Mas tivemos que esperar até às 8h porque a balsa não comportava mais carro. Jantamos num restaurante japonês e rimos muito com as palhaçadas do Osni. Já passava de 23h quando nos acomodamos no hotel.
 

16\10\2013

Às 6h54 saímos do hotel, em Humaitá. Apesar de estarmos com duas geladeiras, passamos num posto de combustível para comprar gelo e combustível de reserva, porque não existe posto nesse trajeto da BR 319.

Entramos na BR 230 (transamazônica), passando pelo Batalhão da Selva do Exército, onde fazem treinamento especial para resgate na selva. O Exército está há anos na operação de construção e manutenção da estrada.

Depois de 15km entramos na BR319, que leva a Manaus. Esta rodovia já esteve em melhores condições e era trafegável, hoje está abandonada, com trechos de asfalto detonado pelo tempo e sem manutenção. Até o km 180 se avista uma casa ou outra suspensa com estacas devido à época de enchentes. À medida que adentramos, o asfalto vai ficando esburacado até se transformar numa trilha difícil de transitar.

Estamos a 3.800km longe de casa. Agora é torcer para não chover, pois o caminho escorrega como sabão e possivelmente teremos que parar se a chuva for intensa.

Às 8h20 passamos pela primeira torre da Embratel.  Esta estrada ainda não fechou totalmente pelo mato por causa das linhas de transmissão da Embratel. A energia elétrica nas torres é produzida por gerador. Depois de 90km encontramos construções da Prefeitura de Humaitá e até um posto de combustível. Segundo Tadeu e Osni o progresso chegou aqui em questão de um ano. Eles passaram por aqui em 2012 e não havia nada. É uma pequena comunidade no meio da selva.

A velocidade média nessa BR é 27km/h.  Quase atropelamos uma jiboia enorme na beira da estrada. Às 9h50 paramos na cabeceira de uma ponte que estava sendo restaurada. Conseguimos passar. 

As borboletas amarelas pressagiam chuva voando na nossa frente. Em seguida passa  uma moto com 3 pessoas em cima e dois cachorros acompanhando-a com a língua de fora de tão cansados. Na orla da trilha há caju, goiaba, araçá (que apanhamos pela janela do carro). Os postes das linhas são de uma madeira nativa, meio retorcida e de grande resistência.

Após 160km rodando, deu problema na caminhonete do Fernando. Na revisão deixaram o parafuso da ventoinha solto, o motor começou a ferver e o ar condicionado parou de funcionar.

Às 11h40 começou a temida chuva. Paramos na casa dos Catarina (família de Jaguaruna/SC que vive aqui há 20 anos). Osni consertou a caminhonete, lanchamos e partimos. Existem queimadas clandestinas ao longo da floresta devastando árvores nativas.

Às 16h20 a caminhonete do Tadeu atolou mesmo com tração, e foi guinchado pela caminhonete do Chico. Osni aproveitou pra ir zombando desse incidente o tempo todo. A chuva passou, mas deixou um lamaçal com crateras enormes no chão.

Chegamos a uma das torres da Embratel às 18h35. Já era noite quando entramos no cercado da torre onde havia operários que dão manutenção na rede de transmissão. Tivemos sorte. Normalmente essas torres ficam desertas com o portão trancado a cadeado e, nesse caso, teríamos que dormir do lado de fora.

Conversando com dois funcionários, soubemos que há um mês uma onça com o filhote entrou no cercado e atacou uma mulher numa estação mais a frente (a média de distância entre as estações é de 40km). Nós, mulheres, ficamos apavoradas e pensamos até em dormir dentro do carro. Esses acontecimentos são raros e nossas barracas são armadas em cima das caminhonetes, mas vai que...

Fizemos um churrasco e depois fomos dormir.  Mesmo com todo o receio de alguma onça atacar, com o barulho da noite na mata, os sons dos bichos e sem luz elétrica a partir das 22 horas, nos acomodamos na barraca devido ao cansaço.  Por volta das 9h da noite apareceram duas Kombis cheias de homens, mulheres e crianças. Acamparam e saíram às 4h da madrugada. Ficamos admirados e até frustrados imaginando como eles tinham chegado até aqui.

Durante todo o dia não avistamos animais, só uma cobra. A temperatura do dia marcou 39°C com sensação de mais de 40°C. Levamos 11 horas para percorrer 300km.