quinta-feira, 29 de março de 2012







28\03\2012

Saímos de Assis Brasil, Pousada Renascer (a melhor da cidade),  por volta das 8h30 no Brasil, 7h30 no Peru. Passamos na Polícia Federal brasileira e entramos no Corredor Vial Interoceanico Sur Peru – Brasil (Cuzco 763km) a mesma Transoceânica que passamos em 2006 e que ainda não estava asfaltada. A rodovia agora está pavimentada, bem sinalizada e mais segura, claro.

Na aduana peruana fomos os primeiros a chegar, mas levamos mais de uma hora para sair. Só depois de sutilmente o policial nos sugerir uma propina é que percebemos que a demora era por esse motivo. Ele nos disse que faria aniversário amanhã e que beberia uma cerveja em comemoração à nossa viagem.  Tadeu achou melhor cair com R$10,00 pela “consideração” que estava tendo conosco, e fomos liberados em seguida. Dez metros depois outro policial nos abordou, pediu documentos e perguntou o que carregávamos,  mesmo tendo visto que acabamos de ser liberados. Acho que queria propina também, mas não rolou. Absurdo.  Na aduana peruana pedimos 90 dias de visto (o máximo permitido) porque nos disseram na aduana brasileira que se pedirmos menos dias e sairmos no dia seguinte, o Peru confisca o carro e não há o que fazer. São as leis deles.  

A 80km da aduana pegamos pedágio, mas não pagamos os 5 soles porque começaria a funcionar amanhã.  A estrada ainda é deserta. Ao longo da rodovia há casas esparsas, de madeira, rústicas, com teto de palha e janelas de madeira, sem vidro.  Nessas “áreas urbanas” a velocidade é 35km\h, que tem que ser respeitada, pois crianças na beira do asfalto brincando e animais soltos são encontrados.

Ao chegarmos a Puerto Maldonado nos deparamos com uma ponte moderna sobre o rio, que era navegado por balsa para transportar os veículos para o outro lado. A ponte leva a uma espécie de corredor até chegar à rotatória com placa para Cusco. A 400km de Cusco vimos verdadeiras favelas “comerciais” na beira da estrada. Isso não existia antes.

Toda aquela estradinha de barro com mais de 150 corredeiras atravessando o caminho está coberta de asfalto e alargada para passagem de dois veículos.

Em Mazuco fomos parados novamente e pediram todos os documentos, até mesmo aqueles que não eram necessários. Aqueles trechos alagados por que passamos em 2006 estão canalizados, mas alguns córregos ainda passam por cima do asfalto, assim como encontramos crianças brincando de bola no meio da estrada, animais soltos, lhamas, mulheres (índias) puxando porco por uma corda amarrada no pescoço, enfim, os indígenas ainda não abandonaram seus costumes.

Ainda não acostumados com fuso horário decidimos dar continuidade à viagem até Cusco. Isso nos custou 9 horas de estrada, subindo a cordilheira e sendo surpreendidos por neblina espessa e anoitecer cedo. Devido à sinuosidade do caminho e pouca visibilidade, na subida íngreme a velocidade era 20km\h.  Chegamos em Cusco cansados, com fome e com frio, pois a temperatura mudava à medida que subíamos.  Nossa promessa de não viajar à noite acabou não sendo cumprida.


27\03\2012

Saímos do hotel às 8h30 e passamos numa livraria (a maior da cidade) para comprar mapas e guias de viagem, mas não encontramos o que queríamos. Pegamos a BR 317 em direção ao Peru. No km321 passamos pela trilha de Chico Mendes, o ecologista assassinado nesta região. Passamos por extensões enormes de pastagem de gado, que outrora eram floresta.

Almoçamos em Brasiléia e seguimos para Assis Brasil, divisa com Peru, pela Estrada do Pacífico. Assis Brasil é uma cidadezinha na ponta do Acre, que não tem internet . Mas vamos dormir aqui e sair amanhã cedo. Gostaríamos de ter feito o percurso pela Bolívia, mas desistimos porque além de ter um longo trajeto de estrada de chão ainda estava interditada devido às chuvas.

Fomos à Polícia da Fronteira pedir informações e acabamos na sala do Fiscal da Receita Federal, que nos orientou de forma competente e gentil. É o tipo de profissional que qualquer viajante deseja encontrar depois de tantos quilômetros rodados.


26\03\2012
Saímos de Pimenta Bueno sem usar GPS (dá pra notar que a cidade é grande) pela BR364, que é um risco para os motoristas, num trajeto de mais ou menos 150km. Os caminhões carregados de soja, cujos grãos vão caindo com o balanço, e os carros serpenteiam a estrada para escapar das crateras numa velocidade média de 30km\h.

Passamos por Porto Velho e continuamos pela BR364. Às 14h40 paramos na fila da ponte erguida pelo Exército, uma vez que a original foi levada pela enchente. Chegamos ao final da estrada, onde entramos na fila da balsa para atravessar o rio Madeira, de Apunã para Vista Alegre de Abunã, ainda em Rondônia. Atravessamos a divisa de Rondônia – Acre e chegamos em Rio Branco às 10h30 da noite, cansados e com fome. Daqui pra frente não viajaremos mais à noite, pois estaremos em território estrangeiro.


3 comentários:

  1. Sogrinha que emoção!!! Que aventura até Cuzco! Estou adorando os relatos, queria muito ver fotos!!! Tenta postar aqui ou no album do picasa/ ou Flickr que tem o atalho aqui no BLOG.
    Beijos e BOA VIAGEM!!!

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  2. Oi,guria!

    Acabei de ler a aventura de vocês a partir do dia 28/3. Até ali já tinha lido. Que aventura mesmo! Deve estar sendo uma experiência maravilhosa, com essas mudanças todas de paisagens, relevos e temperaturas. Fora, é claro, tudo o que vem junto, como o folclore, culinária, enfim a cultura típica dos lugares em que vocês estão passando. Continuem cheios de energia e curtindo a experiência. Estamos aqui torcendo e acompanhando vocês de coração. Laura Ps: não escrevi antes porque não sei como por este perfil. Vou colocar no anônimo.

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  3. Laura,
    Obrigada pela força. Já conseguimos falar com o Bruno. O mais difícil vai ser a travessia do carro para o Panamá. Mas a gente chega lá.
    Beijos

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