28\03\2012
Saímos de Assis Brasil, Pousada
Renascer (a melhor da cidade), por volta
das 8h30 no Brasil, 7h30 no Peru. Passamos na Polícia Federal brasileira e
entramos no Corredor Vial Interoceanico
Sur Peru – Brasil (Cuzco 763km) a mesma Transoceânica que passamos em 2006
e que ainda não estava asfaltada. A rodovia agora está pavimentada, bem
sinalizada e mais segura, claro.
Na aduana peruana fomos os
primeiros a chegar, mas levamos mais de uma hora para sair. Só depois de
sutilmente o policial nos sugerir uma propina é que percebemos que a demora era
por esse motivo. Ele nos disse que faria aniversário amanhã e que beberia uma
cerveja em comemoração à nossa viagem.
Tadeu achou melhor cair com R$10,00 pela “consideração” que estava tendo
conosco, e fomos liberados em seguida. Dez metros depois outro policial nos
abordou, pediu documentos e perguntou o que carregávamos, mesmo tendo visto que acabamos de ser
liberados. Acho que queria propina também, mas não rolou. Absurdo. Na aduana peruana pedimos 90 dias de visto (o
máximo permitido) porque nos disseram na aduana brasileira que se pedirmos
menos dias e sairmos no dia seguinte, o Peru confisca o carro e não há o que
fazer. São as leis deles.
A 80km da aduana pegamos pedágio,
mas não pagamos os 5 soles porque começaria a funcionar amanhã. A estrada ainda é deserta. Ao longo da
rodovia há casas esparsas, de madeira, rústicas, com teto de palha e janelas de
madeira, sem vidro. Nessas “áreas
urbanas” a velocidade é 35km\h, que tem que ser respeitada, pois crianças na
beira do asfalto brincando e animais soltos são encontrados.
Ao chegarmos a Puerto Maldonado
nos deparamos com uma ponte moderna sobre o rio, que era navegado por balsa
para transportar os veículos para o outro lado. A ponte leva a uma espécie de
corredor até chegar à rotatória com placa para Cusco. A 400km de Cusco vimos verdadeiras
favelas “comerciais” na beira da estrada. Isso não existia antes.
Toda aquela estradinha de barro
com mais de 150 corredeiras atravessando o caminho está coberta de asfalto e
alargada para passagem de dois veículos.
Em Mazuco fomos parados novamente
e pediram todos os documentos, até mesmo aqueles que não eram necessários. Aqueles
trechos alagados por que passamos em 2006 estão canalizados, mas alguns
córregos ainda passam por cima do asfalto, assim como encontramos crianças
brincando de bola no meio da estrada, animais soltos, lhamas, mulheres (índias)
puxando porco por uma corda amarrada no pescoço, enfim, os indígenas ainda não
abandonaram seus costumes.
Ainda não acostumados com fuso
horário decidimos dar continuidade à viagem até Cusco. Isso nos custou 9 horas
de estrada, subindo a cordilheira e sendo surpreendidos por neblina espessa e anoitecer
cedo. Devido à sinuosidade do caminho e pouca visibilidade, na subida íngreme a
velocidade era 20km\h. Chegamos em Cusco
cansados, com fome e com frio, pois a temperatura mudava à medida que subíamos.
Nossa promessa de não viajar à noite
acabou não sendo cumprida.
27\03\2012
Saímos do hotel às 8h30 e passamos numa livraria (a maior da cidade) para comprar mapas e guias de viagem, mas não encontramos o que queríamos. Pegamos a BR 317 em direção ao Peru. No km321 passamos pela trilha de Chico Mendes, o ecologista assassinado nesta região. Passamos por extensões enormes de pastagem de gado, que outrora eram floresta.
Almoçamos em Brasiléia e seguimos para Assis Brasil, divisa com Peru, pela Estrada do Pacífico. Assis Brasil é uma cidadezinha na ponta do Acre, que não tem internet . Mas vamos dormir aqui e sair amanhã cedo. Gostaríamos de ter feito o percurso pela Bolívia, mas desistimos porque além de ter um longo trajeto de estrada de chão ainda estava interditada devido às chuvas.
Fomos à Polícia da Fronteira pedir informações e acabamos na sala do Fiscal da Receita Federal, que nos orientou de forma competente e gentil. É o tipo de profissional que qualquer viajante deseja encontrar depois de tantos quilômetros rodados.
26\03\2012
Saímos de Pimenta Bueno sem usar GPS (dá pra notar que a cidade é grande) pela BR364, que é um risco para os motoristas, num trajeto de mais ou menos 150km. Os caminhões carregados de soja, cujos grãos vão caindo com o balanço, e os carros serpenteiam a estrada para escapar das crateras numa velocidade média de 30km\h.
Passamos por Porto Velho e continuamos pela BR364. Às 14h40 paramos na fila da ponte erguida pelo Exército, uma vez que a original foi levada pela enchente. Chegamos ao final da estrada, onde entramos na fila da balsa para atravessar o rio Madeira, de Apunã para Vista Alegre de Abunã, ainda em Rondônia. Atravessamos a divisa de Rondônia – Acre e chegamos em Rio Branco às 10h30 da noite, cansados e com fome. Daqui pra frente não viajaremos mais à noite, pois estaremos em território estrangeiro.
Sogrinha que emoção!!! Que aventura até Cuzco! Estou adorando os relatos, queria muito ver fotos!!! Tenta postar aqui ou no album do picasa/ ou Flickr que tem o atalho aqui no BLOG.
ResponderExcluirBeijos e BOA VIAGEM!!!
Oi,guria!
ResponderExcluirAcabei de ler a aventura de vocês a partir do dia 28/3. Até ali já tinha lido. Que aventura mesmo! Deve estar sendo uma experiência maravilhosa, com essas mudanças todas de paisagens, relevos e temperaturas. Fora, é claro, tudo o que vem junto, como o folclore, culinária, enfim a cultura típica dos lugares em que vocês estão passando. Continuem cheios de energia e curtindo a experiência. Estamos aqui torcendo e acompanhando vocês de coração. Laura Ps: não escrevi antes porque não sei como por este perfil. Vou colocar no anônimo.
Laura,
ResponderExcluirObrigada pela força. Já conseguimos falar com o Bruno. O mais difícil vai ser a travessia do carro para o Panamá. Mas a gente chega lá.
Beijos