terça-feira, 29 de maio de 2012


29/05/2012
Às 8h da manhã nos dirigimos à fronteira, cidade de El Guasaule.  No percurso vimos o vulcão Casita, de boca aberta para o céu, soltando fumaça.

Entramos na migração às 9h15 para dar saída da Nicarágua e, meia hora depois, entrada em Honduras.  Como sempre, tem um pessoal na fronteira que se encosta no turista pra “ajudar”, dizendo que é um trabalho voluntário, mas acabam cobrando, no mínimo, U$10,00 pelo serviço. E não adianta dizer que não precisa de ajuda, porque eles ficam perseguindo a gente em todos os lugares falando pra fazer o óbvio. Dá vontade de brigar.
O agente da migração de Honduras era um senhor simpático, educado, que nos recepcionou calorosamente e forneceu mapas do país. Difícil encontrar um profissional assim.

Na aduana, uma batida entre dois caminhões atrasou um pouco nossa viagem. Por volta das 11h estávamos livres para entrar em Honduras. São 20km de estrada esburacada, dirigindo em ziguezague atrás de caminhões, a 40km/h, com crianças e adultos atravessando a rua sem olhar para os lados. Logo depois, a polícia mandou parar o carro e, depois de olhar os documentos, nos liberou.
Chegamos à capital, Tegucigalpa, às 14h30, com muita chuva. O centro é atravancado, as ruas são estreitas, o trânsito nessa hora estava arrastado, e a chuva forte atrapalhava mais ainda a locomoção dos veículos. Levamos quase uma hora para achar um hotel.

Quando a chuva passou, fomos caminhando até o centro histórico e aproveitamos para comer alguma coisa numa lanchonete perto da plaza Morazán e da catedral de San Miguel, patrono da cidade. Depois do anoitecer, voltamos para o hotel de táxi.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

28/05/2012

León, cidade cercada de vulcões, alguns ativos, outros com respiradouros de lama efervescente em sua base.  Estava embaixo do chuveiro toda ensaboada quando ouvi uma sirene forte e sinistra. Parecia o prenúncio de um desastre. Fechei rápido o chuveiro e já comecei a me enxugar enquanto o Tadeu descia para saber o que estava acontecendo. Felizmente se tratava da sirene da cidade, ao lado do hotel, que acorda o povo às 7h da manhã anunciando a entrada dos trabalhadores e dos estudantes. Pode? Que susto!

Dirigimo-nos para o norte, em direção a Honduras. Ainda na Nicarágua, entramos no Herbidero de San Jacinto, que é o respiradouro do vulcão Santa Clara, ou seja, um fosso que fica na sua base, borbulhando lama à temperatura de 250°C.  A terra ao redor é escaldante, e não dá para ficar muito tempo batendo foto por causa do calor que emana do chão. Ao lado desse vulcão fica outro, em atividade, chamado Telica.  
O rio San Juan é outro tour turístico interessante na Nicarágua, o qual percorre 199km do sul do país (nasce no lago de Nicarágua) até o mar do Caribe. Esperamos fazer esse passeio no retorno.

Paramos num hotel em Chinandega, a 50km de Honduras, pois as cidadezinhas que ficam na fronteira são muito precárias e não há hotéis.

domingo, 27 de maio de 2012


27/05/2012
No hotel, serviram café com huevos revueltos (ovos mexidos), arroz y frijoles (arroz com feijão) e tostadas (torradas). Ainda não nos acostumamos com esse tipo de desayuno.

Saímos do hotel e fomos conhecer melhor a cidade de Manágua, que significa “donde hay una extensión de água” na língua indígena náhualt.  O vulcão Momotombo, 1.230m de altitude, fica do outro lado do lago e esporadicamente entra em atividade, soltando colunas de fumaça através de sua cratera.  A Central Geotérmica, situada na base do vulcão, aproveita sua atividade vulcânica para abastecer a cidade com energia elétrica.
Percorremos a parte central da cidade: a Plaza de la Revolución,  o Palácio Nacional, que está sendo reformado para se converter em Palácio Nacional de la Cultura,  o Teatro Rubén Darío, que é cenário de manifestações culturais, a Vieja Catedral,  que foi destruída por um terremoto em 1972, então, o que se vê, realmente, são as suas ruínas; e depois visitamos o Puerto Salvador Allende.
Seguimos para León, capital da Nicarágua até 1851. No caminho, paramos em Léon Viejo, ou seja, as ruínas da primeira cidade de Léon, que foi soterrada pela erupção do vulcão Momotombo. As escavações mostram os restos da catedral, da casa do governador e do Convento de la Merced. Vimos as ruínas e ouvimos as histórias macabras e horripilantes sobre castigos e execuções que os espanhóis aplicavam aos índios e aos que eram considerados traidores da corte real.
Além da catedral, Léon possui outros edifícios coloniais e religiosos extraordinários. Na praça há tendas de artesanato e comida, e o povo passeia ou fica nos barezinhos e restaurantes que estão nos arredores.

26/05/2012
Quando estávamos colocando as malas no carro, na saída do hotel, Tadeu percebeu que o pneu traseiro estava vazio. Na gomeria (borracharia) tiraram um prego enorme do pneu.

Entramos numa cafeteria bem transada, e mal começamos a tomar café, uma banda começou a tocar música caribenha, no segundo andar. Terminado o café, passeamos pelo centro histórico, que fica em torno da praça principal, onde se situam os edifícios mais importantes e antigos da cidade. Fundada em 1924, Granada, assim como León, é a cidade mais antiga da Nicarágua.
À tarde partimos para a cidade de Manágua. No caminho avistamos o vulcão Masaya. Fomos até o Parque Nacional Volcán Masaya (um dos poucos parques aonde se vai até a cratera), para ver o vulcão em atividade e a vista panorâmica da região. No entanto, não pudemos entrar porque o vulcão estava com erupções fortes, soltando lavas e rochas incandescentes, ameaçando a segurança das pessoas dentro do parque. Frustrados, continuamos a viagem.

Chegamos a Manágua por volta das 2h da tarde. É uma cidade ampla, estranha, caótica, sem prédios altos como se costuma ver nas grandes cidades. Os edifícios são baixos e ficam espalhados numa área extensa, que chega até a margem do lago de Manágua.
Às 3h nos acomodamos no hotel a tempo de escapar de um tornado acompanhado de chuvas, que arrancou árvores e danificou alguns bares e restaurantes na beira do lago.

Depois da tempestade, saímos para jantar. Entramos num shopping estranho, que mais se parecia com um mercado. Na praça de alimentação havia um leilão de roupas, bolsas, sapatos e até tábua de carne.  Quem dava mais, levava a peça.

sexta-feira, 25 de maio de 2012


25/05/2012
Amanheceu com sol, e cedo já estava quente. Saímos do hotel, na comarca de Moyogalpa, a maior e mais movimentada, e nos dirigimos à Playa de Santo Domingo. Passamos pela estrada não pavimentada que contorna o vulcão Concepción, o qual se sobressai majestosamente por todos os lugares onde se passa.

A caminho da praia há uma placa anunciando outra atração: El Ojo de Água, que está situado numa finca (fazenda) de mesmo nome. Trata-se de uma fonte plana, da qual brotam olhos d’água formando uma piscina natural, cercada por mata nativa, pássaros e, mais distante, plantações.
Ao longo da praia de Santo Domingo há restaurantes e hotéis de frente para o lago. Andamos na praia, batemos fotos, almoçamos e decidimos seguir nossa viagem.  Às 3h20, sol escaldante, pegamos o Ferry e retornamos para Rivas. Daí partimos para Granada, cidade que ainda mantém seu centro histórico com edificações do período colonial.  

Tínhamos acabado de nos hospedar, quando aconteceu um apagão de duas horas na cidade.  Sem energia, sem restaurantes, sem ar condicionado, a solução foi acender uma vela e se meter debaixo do chuveiro frio. Quando a energia voltou, fomos até o centro histórico. Entramos numa pizzaria simpática e matamos a nossa fome.
24/05/2012

Às 7h da manhã já estávamos na estrada seguindo para a fronteira, na localidade de Peñas Blancas. Encontramos uma fila de 5km de caminhões esperando para passar na aduana. Um caminhoneiro nos disse que eles esperam de um a três dias na fila para, finalmente, passar a fronteira. Chegamos a nos sentir felizes por levar pouco mais de 2 horas para passarmos e por termos um bando de “agentes facilitadores” que se grudam na gente como carrapatos para ganhar propina.
Como estávamos sem mapa, anotamos os nomes das próximas cidades que estavam numa placa, na entrada da Nicarágua, e seguimos até encontrar um posto turístico, que nos forneceu um mapa rodoviário da Nicarágua e panfletos das regiões mais visitadas.

Na estrada, em direção norte, passamos por uma usina eólica. Continuamos até Rivas, onde pegamos um Ferry para a Isla de Ometepe, situada no grande lago de Nicarágua, a qual é a maior ilha do mundo dentro de um lago. O nome Ometepe significa “ilha com duas montanhas”, ou seja, refere-se aos dois vulcões gêmeos que se situam dentro da ilha: Concepción e Madera.
A ilha tem 45.000 habitantes. Nota-se a tranquilidade do lugar e das pessoas ao vê-las sentadas nas calçadas, na frente de suas casas, com portas e janelas abertas, conversando com os vizinhos e apreciando o ir e vir dos turistas. Um mundo completamente diferente. Parece que o tempo parou aqui. E nós também decidimos parar ao pé do vulcão, num hotelzinho, a uns 50 metros da beira do lago.


23/05/2012
Despedimo-nos da família Sardenberg e deixamos Costa Rica a fim de continuarmos nossa viagem.  Depois de dois meses na estrada, foi muito bom termos ficado na casa de nossos amigos, ser recebidos com todo o carinho e ter contado com todo o apoio necessário. Antes de partirmos Tadeu levou Vitor à escola. Vamos sentir saudade desses dias acolhedores em que nos sentimos em casa.  Agradecemos infinitamente a recepção e a hospitalidade dos nossos queridos amigos.

Seguimos para o norte em direção à fronteira com Nicarágua. Ao meio-dia estávamos em Libéria. A 27km dessa cidade se encontra o Parque Nacional  Rincón de la Vieja, 1916m de altitude, onde se encontram nove picos eruptivos, um dos quais está ativo. Chegamos a entrar no parque para ver o Volcán Rincón de la Vieja, mas a chuva e as nuvens baixas nos impediram de admirá-lo. Almoçamos por ali,  num hotel fazenda simples, mas cercado de jardins floridos e com um pessoal simpático para atender os clientes.
Às 4h chegamos a La Cruz, a poucos quilômetros da fronteira, e nos acomodamos, uma vez que não existe hotel na cidade da fronteira, em Peñas Blancas.


22/05/2012
Sessenta dias fora de casa. Passamos a manhã na praia curtindo o nosso último dia em Punta Islita. Depois do almoço fomos visitar o laboratório de criação de peixes que o Bruno está implantando e gerenciando. É muito mais complexo do que imaginávamos. Criar peixes em cativeiro requer conhecimento e um investimento muito alto.

Na volta passamos nas praias de Bejuco e Corozalito, que ficam perto do laboratório. Entramos por acaso numa estradinha de terra que terminava numa comunidade de pescadores, em cuja praia havia uma grande quantidade de pelicanos.
Voltamos para casa à tardinha, quando o sol já estava se pondo.

segunda-feira, 21 de maio de 2012


21/05/2012
Fomos ao mercadinho fazer compras para o almoço e a janta. Passamos pela estradinha encharcada da chuva que teima em cair desde sábado. Na volta, tivemos o privilégio de ver a Zoê no Skype, comendo sua papinha novamente. Ela me felicitou batendo palmas. Aprendeu isso faz pouco tempo, quer dizer, estava só esperando o meu aniversário para me mostrar o que sabe (me engana que eu gosto).  

Ainda bem que estamos muito bem acomodados, com uma vista maravilhosa ao nosso redor. A chuva tem atrapalhado um pouco os nossos passeios, no entanto estamos aproveitando pra descansar e curtir um pouco a rotina: fazer compras, tomar o nosso café, manejar um fogão e uma pia, só pra não perder o costume, entende?

domingo, 20 de maio de 2012


20/05/2012
Ligamos o computador antes mesmo do café da manhã. E... Surpresa! A Zoê estava no Skype almoçando. Ficamos mais de duas horas curtindo a nossa menina. Até esquecemos que estávamos com fome. Ela está muito linda (somos suspeitos, mas nem tanto, né?).

Choveu a manhã inteira. À tarde, aproveitamos a estiagem para conhecer o resort. Caminhamos pelos jardins, campos de golfe e trilhas floridas, e fomos subindo. Na parte mais alta, onde fica a recepção, tem uma vista esplêndida para o mar. Descemos até a piscina, de frente para o mar, e batemos fotos da praia vulcânica, com areia negra como o asfalto. A água é clara e morna.
À noite fizemos um churrasco com Thiago, brasileiro formado em Aquicultura, que está trabalhando aqui, e Henrique, mexicano, também formado em Aquicultura, e que trabalha no mesmo laboratório onde o Bruno e o Thiago trabalham.

sábado, 19 de maio de 2012


19/05/2012
Acordei bem cedo para tentar ver o vulcão sem nuvens. Consegui algumas fotos às 6h30 da manhã. Logo depois o dia foi nublando e as nuvens cobriram a metade do vulcão.

Dirigimo-nos ao Parque Nacional a fim de contemplar melhor o Arenal e o Cerro Chato (vulcão extinto), mas as condições físicas (nossas) e climáticas não ajudaram. Além de termos que caminhar 6km, o dia estava nublado e ameaçando chuva.

Seguimos para o centrinho bem organizado da cidade de Fortuna. A igreja fica na frente da praça bem cuidada: jardim florido, uma fonte e, no fundo, o vulcão Arenal. Continuamos andando em direção ao Parque Nacional Juan Castro Blanco onde se encontram os vulcões Platanar e Porvenir, porém a cerração e as nuvens baixas não permitiram que avistássemos nenhum dos dois.

Regressamos para Punta Islita. Percorremos 200km de estrada e, à medida que nos aproximávamos de casa, percebíamos que nessa parte tinha chovido muito. Não voltamos pelo mesmo atalho que pegamos na ida porque o rio encheu muito e talvez não conseguíssemos passar. Chegamos a casa por volta das 4h da tarde. Ligamos o computador e vimos a nossa netinha Zoê e a Juka pelo Skype; mais tarde falamos também com o Daniel, que está no Chile jogando rúgbi. Valeu o dia.  


18/05/2012
De manhã decidimos visitar o volcán Arenal, ao norte da Cordillera de Tilarán, na parte central da Costa Rica. Ao passarmos pela estrada, em Punta Islita, quase atropelamos os caranguejos vermelhos que atravessam a rua correndo de um lado para outro. Ontem tivemos a presença de um deles dentro de casa.

A via de acesso que pegamos para o vulcão é, na maior parte, estreita e de pedregulhos até chegar ao lago Arenal. A vegetação é abundante e de vez em quando se avista uma fazenda com gado pastando. Ao meio-dia paramos para almoçar. E depois, pagamos U$30,00 para visitar quatro cascatas que ficam dentro de uma finca (fazenda) particular. No entanto, saímos decepcionados. Quem já conhece as Cataratas do Iguaçu se sente ludibriado.
Ao pé do vulcão se encontram as águas termais do rio Tabacón; e aí estão os resorts cinco estrelas que cobram em torno de U$500,00 a diária para curtir as mordomias do hotrel e as águas.

Contornamos o lago, passamos pela Hidroelétrica de Arenal, que abastece 25% da energia do país, e chegamos a Fortuna, onde nos hospedamos, de frente para o vulcão, que, infelizmente, estava coberto de nuvens.  O vulcão tem 1.633m de altura e tem erupções regulares. Em 1968 teve uma erupção repentina que destruiu vários povoados vizinhos. Amanhã vamos tentar conhecê-lo mais de perto.

quinta-feira, 17 de maio de 2012


17/05/2012
Depois do café, fomos conhecer os arredores, ou seja, as praias e vilas que ficam a uns 60km de Punta Islita. As estradas que levam a essas praias são de chão batido, com muita árvore nas laterais e, em alguns trechos, cortadas por um rio, que em épocas de muita chuva são intransitáveis.

Estamos na costa sudoeste do Pacífico. Fomos subindo em direção norte, parando nas praias que íamos descobrindo ao longo do percurso. Almoçamos em Sámara, uma cidadezinha balneária, cuja praia é recomendada tanto para pesca como para surf.
Atravessamos pontes e rios, e só não nos perdemos porque a estradinha é bem sinalizada. Conseguimos chegar ao Refugio Nacional de Vida Silvestre Ostional, praia aonde las tortugas loras (tartarugas) chegam para desovar. Pena que não é época de reprodução agora. Dizem que é um momento espetacular.

Voltamos ao anoitecer, quando a bicharada anunciava o término do dia com seus cantos, gritos, coaxos, trilos, chilros, assobios, sussurros...

quarta-feira, 16 de maio de 2012


16/05/2012
Bruno, Ana e Vitor partiram esta manhã para Miami, a fim de regularizarem o visto de trabalho, e nos deixaram no maior conforto, no bangalô maravilhoso onde eles moram, com piscina privada, um jardim rodeado de mangueiras, muitos pássaros e a imensidão do mar para curtir à vontade.

De manhã cedo e ao entardecer os pássaros despertam cantando, e os macacos fazem a maior algazarra nas árvores que ficam na parte da frente do bangalô. Hoje tomamos o nosso café com pão e tudo que temos direito. Já estávamos com saudade do nosso cafezinho à brasileira.
Ficamos o dia todo em casa descansando com toda a natureza a nossa volta, uma rede pra ficar na preguiça e uma piscina para aplacar o calor.  

15/06/2012
Acordamos às 4h da madrugada, porque no hotel nos disseram que tínhamos que chegar à estação às 4h30 para conseguir comprar o bilhete do Ferry. Chegamos à estação às 4h30 e tivemos que esperar até às 6h30min, pois o Ferry das 5h30min vai para outro lugar. Tomamos café numa padaria em frente à estação enquanto assistíamos ao amanhecer.

Uma hora e meia depois desembarcamos em Naranjo. Entramos numa estrada de chão batido, cheia de curvas e vegetação dos dois lados, que leva a Punta Islita, onde Bruno, Ana Lúcia e Vitor moram. Há pequenos sítios ao longo da estrada com cercadinhos e gado pastando. E com a luminosidade da manhã de sol, em alguns momentos, tem-se a impressão que a estradinha saiu de um livro de conto de fadas. Uns 20km depois encontramos vários carros de boi e gente a pé desfilando pela estrada. Tadeu parou o carro e eu saí de máquina em punho perguntando se era alguma festa. Uma moça me disse que estavam comemorando o dia de San Isidro.
Por volta das 10h paramos numa escolinha e perguntamos se alguém conhecia o Bruno e a Ana. Na mesma hora telefonaram para a casa deles, e 500m depois Ana estava no portão do resort a nossa espera. Sentimo-nos em casa com a recepção de nossos queridos amigos. Almoçamos uma comidinha caseira, saborosa, num restaurante próximo. Às 4h Vitor chegou da escola. É um menino de três anos de idade, lindo, inteligente e ativo. Fiquei encantada ao vê-lo nadando e falando espanhol, português e inglês com a maior facilidade.

À noite Tadeu, Bruno e mais três amigos dele agitaram um churrasco à brasileira. Falamos com Laura e Jairo (pais da Ana) pelo Skype, e mais tarde conseguimos falar também com Daniel e Juka.

segunda-feira, 14 de maio de 2012


14/05/2012
Às 7h30 já estávamos na estrada novamente. Chegamos à fronteira por volta das 8h e começamos todo o processo de saída do Panamá, em Paso Canoa, e entrada na Costa Rica, em Neily. Perdemos mais de uma hora nessa tramitação de papelada, seguro obrigatório, etc. A primeira coisa que fizemos depois de nos desvencilharmos da migração e aduana foi procurar um mapa rodoviário da Costa Rica (sem GPS ainda) e, como sempre, não encontramos. Compramos um mapa político estudantil num supermercado só para termos noção de onde estávamos. 

Na cidade de San Carlos nos indicaram o Instituto Costarricense de Turismo para conseguir mapas e, então, recebemos todas as orientações possíveis, ganhamos mapa rodoviário do país, guias turísticos com as regiões mais interessantes para visitar e ainda permitiram que fizéssemos uma ligação para Bruno e Ana Lúcia. Um serviço muito eficiente que deveria existir em todas as cidades.
Seguimos em direção a Puntarenas para pegar o Ferry e cortar caminho até Punta Islita. Quando chegamos, o Ferry ainda estava na estação, mas resolvemos nos hospedar na cidade para não pegar a estrada à noite, conforme nos recomendaram. O próximo Ferry sai amanhã, às 6h30, mas teremos que ir para a fila às 5h da manhã, caso contrário, não conseguiremos bilhetes.

domingo, 13 de maio de 2012


13/05/2012
Tomamos café e saímos do hotel em direção à Costa Rica. Deixamos de conhecer muitos lugares interessantes no Panamá devido ao tempo que perdemos em função da travessia do nosso carro. Precisamos chegar à casa do Bruno logo (Punta Islita, Costa Rica), pois ele tem viagem marcada com a família para os USA, no dia 16 de maio.  
O trânsito na cidade de Panamá é caótico. A falta de sinalização é absurda.  Não existe indicação de nome de ruas nem placas informando onde o turista está. Um brasileiro nos viu meio perdidos pedindo informação a um policial, e se aproximou oferecendo ajuda, mapa e guia turístico em português. Wagner, de Santos/SP, está morando no Panamá há 10 anos e trabalha com turismo. Conversamos rapidamente, pois estávamos atordoados no meio do trânsito.
Passamos a puente de las Americas e seguimos para a Província de Chiriquí. À 1h da tarde a chuva começou a cair e nos acompanhou (em determinados momentos intensa, com relâmpagos e trovões) até chegarmos à cidade de David, capital da Província, ao anoitecer.  O percurso até essa cidade é ladeado de vegetação, pequenas cidades e fazendas. Não deu de apreciar a paisagem por causa da chuva.

12/05/2012
Tadeu saiu cedo para ir ao porto pegar o carro.  Quando chegou ao hotel, por volta das 10h, estava feliz por ter conseguido sair do porto com o carro, mas estava indignado com o despachante, pois além de ter que pagar a taxa de U$62,00 do porto, surgiu mais uma de U$20,00 da aduana. E pior, o despachante teve a cara-de-pau de pedir mais uma propina pelo serviço.
Pagamos o hotel, colocamos a bagagem dentro do carro e fomos direto para o Canal do Panamá ver os barcos passarem na eclusa de Gatum, que é a mais próxima de Colón. O canal opera com três eclusas: Gatum, Pedro Miguel e Miraflores, as quais servem como elevadores de águas que sobem os navios até o nível do lago Gatum (26m acima do nível do mar) e os descem até o nível do mar do outro lado.   É impressionante ver os navios enormes chegando à primeira eclusa. Tem-se a impressão de que eles não cabem no canal.
Contam os panamenses que esse “atalho” marítimo já era uma pretensão dos espanhóis quando chegaram ao istmo no início do sec. XVI. Sua construção foi iniciada pelos franceses em 1880, que a abandonaram devido a doenças tropicais e outros problemas que surgiram na época.  Em 1903 Panamá e Estados Unidos negociaram a construção do canal, que levou 10 anos para ser concluída.  
À tarde voltamos para o mesmo hotel em que estávamos quando chegamos à cidade do Panamá. Largamos as bagagens e fomos conhecer Casco Antiguo (cidade antiga) com suas ruelas e edifícios coloniais com sacadas de ferro, que lembram a cidade antiga que vimos em Cartagena. Visitamos a igreja de San José, famosa pelo seu altar de ouro. Dizem que quando o pirata Morgan estava saqueando e queimando a primeira cidade, um padre mandou pintar o altar de cor negra para cobrir o ouro. A cidade antiga está sendo restaurada, e pode-se passear pelas suas praças, visitar as igrejas, restaurantes, bares, condomínios elegantes, galerias de arte e ruínas. É na cidade antiga que fica a residência e o palácio presidencial.    
Ouvimos uma banda passando ao longe por uma das ruelas, bem como fogos de artifício estourando no ar. Fomos caminhando rápido em direção ao local e nos deparamos com uma procissão: padres vinham abrindo o cortejo, seguidos por uma banda e seis homens que carregavam um santo negro num andor. Era gente que não acabava mais acompanhando a procissão pelas ruas estreitas.

Observamos as tendas de artesanato, sentamos na praça, encontramos um brasileiro que já está morando há quatro anos no Panamá e batemos muitas fotos. Jantamos num restaurante acolhedor, na parte térrea do charmoso Hotel de Panamá, que hoje não funciona mais como hotel, é um edifício de apartamentos residenciais. 

 11/05/2012
Acordamos cedo. Às 7h já estávamos no táxi que nos levou até Colón. Chegamos ao porto, mas o barco ainda não tinha chegado com o carro. Combinamos o pagamento de U$70,00 com o taxista para nos levar até Colón, mas na hora de pagar, ele cobrou mais U$20,00 por ter esperado a gente no porto. Pegamos um despachante para desembaraçar a papelada na aduana. Ele disse que cobraria U$100,00, incluindo todas as taxas, mas depois surgiu um seguro obrigatório do carro de U$23,00 e mais uma taxa de U$62,00 que deverá ser paga na hora que o carro chegar. Hospedamo-nos num hotel, no centro de Colón. E amanhã, se o barco chegar, não sabemos se haverá mais surpresas a nossa espera.
O centro de Colón é um aglomerado de edifícios feios, sujos e velhos, com exceção de alguns hotéis luxuosos e construções residenciais mais afastadas da cidade. A zona franca é outro centro paralelo com lojas, onde os turistas estrangeiros podem comprar mercadorias sem pagar imposto. Passamos a tarde percorrendo as lojas da zona franca, mas não compramos nada. Voltamos exaustos para o hotel. Não vemos a hora de terminar toda essa complicação e voltarmos a curtir a nossa viagem.

 10/05/2012
Levantamos cedo e fomos procurar uma lanchonete para tomar café. O nosso hotel e a maioria das cafeterias vende carne ensopada, carne assada, frango frito, linguiça, empanadas e tudo quanto é tipo de comida, menos pão, no café da manhã. Só encontramos pão num supermercado enorme, que servia emparedado (sanduíche) de queijo, presunto etc. e café com leite. Já que estávamos lá dentro, percorremos os quatro andares de mercadorias. Vendem desde artigos de papelaria até bicicletas e acessórios para carro. Dá vontade de comprar tudo. Os preços são ótimos.
Tivemos que pagar internet de novo para saber se o carro tinha chegado, porque a do hotel ainda não funciona. Ainda não temos notícias da chegada do barco.  Por volta do meio-dia começou a chover, e resolvemos ir ao shopping Multiplaza. A recepcionista do hotel telefonou para o shopping, e um motorista veio nos pegar no hotel. É um serviço gratuito do shopping (só ida, a volta é por conta do cliente).
Usamos a internet do shopping (4 dólares por hora) para verificar se havia informação do barco, mas não havia nada. Telefonamos para a nossa agência na Colômbia e disseram que o barco saiu hoje de Cartagena. Esperamos que seja verdade.

 09/05/2012
Tomamos café e fomos contar todos os pesos colombianos que tínhamos para pagar o hotel e o táxi, uma vez que no Panamá a moeda oficial é o balboa (mas o dólar americano circula legalmente desde 1904).  Às 9h30 fomos para o Aeroporto. Ligamos para Andrés, e ele veio se despedir de nós no aeroporto.
Saímos de Cartagena à 1h27, uma hora e cinco minutos de voo até la ciudad de Panamá. A capital é uma cidade grande, moderna, com um milhão de habitantes, ou seja, um terço da população do país vive na capital. No século XVI era conhecida como la reina del Pacífico devido à grande quantidade de ouro, prata e outras mercadorias que transitavam para a Europa. Em 1671 foi saqueada e destruída pelo pirata Henry Morgan. Três anos depois a cidade foi reerguida e protegida por muralhas, fortes e fossos para evitar novos ataques. Atualmente essa é a ciudad antigua, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Hoje o Panamá é mundialmente conhecido pelo seu Canal, 80km de extensão, que liga o mar do Caribe ao oceano Pacífico. No ano 2000 o canal do Panamá, que era controlado pelos norte-americanos, passou para o domínio do Panamá.
Estamos acomodados no centro da cidade, aguardando notícias do barco que chegará a Colón provavelmente amanhã. A internet do hotel não funciona. Temos que pagar LAN house para nos comunicarmos com Cartagena.

terça-feira, 8 de maio de 2012


08/05/2012
Tadeu saiu cedo para se encontrar com Luiz, nosso agente, a fim de tentar convencer a polícia a fazer a vistoria no nosso carro hoje ainda, uma vez que já compramos nossas passagens aéreas para o Panamá, com data marcada para dia 9 de maio.

Por volta das 10h Tadeu chegou dizendo que a polícia agendou a nossa vistoria para as 2h da tarde.  Os outros carros vão ser vistoriados de madrugada, que é a hora que o navio vai ter permissão para atracar no porto.
Tadeu voltou do porto às 6h da tarde. A vistoria antinarcóticos foi feita finalmente. Toda a bagagem foi revistada, e os cachorros entraram em ação farejando tudo por dentro e por fora da caminhonete.

Amanhã embarcamos para o Panamá. Agora é só esperar que o navio chegue ao Panamá no tempo previsto e que a gente não tenha que ficar empacado lá também.

segunda-feira, 7 de maio de 2012


07/05/2012
Fomos ao escritório levar nosso seguro de vida para o Tadeu poder entrar no porto amanhã. Ficamos mais frustrados do que nunca. O navio chegou, porém o porto está congestionado, e ele não pode ancorar. A data da vistoria do carro pela polícia foi transferida novamente. E o pior, já compramos as passagens aéreas para o dia 9 de maio e temos que estar no aeroporto às 10 horas. Nosso agente vai entrar em contato com a polícia e tentar passar o agendamento, que era dia 08, às 6h15m da manhã, para o período da tarde. Tomara que dê tudo certo.

Na volta para o hotel, decidimos parar na ciudad amurallada a fim de esquecer um pouco nosso desapontamento. Caminhamos até a praça, sentamos num banco e, desanimados, ficamos  olhando o movimento cotidiano dos cartaginenses. De repente começou a surgir uma multidão do outro lado da rua, que foi se dirigindo ao palácio do governo. Deixei o Tadeu sentado na praça e corri para bater fotos e saber o que estava acontecendo. Quando vi helicópteros sobrevoando e policiais se aproximando, parei ao lado de um policial e perguntei o que estava acontecendo. Ele disse que era uma manifestação de mulheres trabalhadoras que estavam reivindicando creche para seus niños. Em seguida, apareceu alguém do palácio discursando e fazendo promessas. Ainda bem que foi uma manifestação pacífica.
Passamos em frente ao Banco de la República de Colombia, construído em 1930. É um edifício bonito; as portas em arco são de ferro, e o chão é todo trabalhado em mármore de Carrara. Na entrada tem um relógio carrilhão pedestal antigo, e no fundo, ficam os guichés de atendimento, dourados, preservados até hoje. Atualmente esse espaço é só para visitação.

Subimos nas imensas muralhas do lado norte da cidade, que ficam de frente para o mar, porém tivemos que descer logo porque começou a chover. Pegamos um táxi de volta para Bocagrande, onde estamos hospedados. Depois do almoço Tadeu telefonou para o IPREV e teve a confirmação de sua aposentadoria. À noite vamos comemorar.

domingo, 6 de maio de 2012

06/05/2012 

Amanheceu chovendo. Tomamos café e quando a chuva passou fomos caminhar na praia. Apesar do dia nublado, havia muita gente na praia com suas cabanas, sombrinhas e cadeiras alugadas. Aqui o pessoal não leva nada para a praia, alugam tudo. Como em outros lugares, está cheio de ambulantes vendendo fruta, sorvete, bijuterias, comida, refrigerantes...

À tarde caminhamos pela avenida beira-mar. Existem bancos e passarelas ao longo da avenida, e o pessoal anda de bicicleta, roller, skate e caminha. Tem uma vista bonita para a cidade e para o porto aonde os navios e veleiros chegam e de onde partem. O entardecer é lindo.
Jantamos num restaurante diferente hoje. A entrada é comum, mas quando a gente entra se depara com um jardim interno cheio de plantas, lanternas acesas e mesas bem postas: taças, castiçal, guardanapos de pano. Um excesso que a gente só pode fazer uma vez ou outra.

sábado, 5 de maio de 2012

05/05/2012

Tadeu levou o carro para o porto esta manhã. Eu fiquei pesquisando hotéis na internet para quando chegarmos ao Panamá, pois estaremos sem carro lá e devemos ter um endereço definido.
Tadeu voltou às 11h com a documentação do carro, comprovando que continuaremos a viagem por terra (se não tivermos essa documentação, temos que comprar passagem de ida e volta), e fomos em seguida comprar as passagens aéreas para o dia 9 de maio. A vistoria da polícia, que estava marcada para o dia 7, foi transferida para o dia 8 de maio.
No porto, Tadeu encontrou um francês que estava entrando com um motor home. Ele disse que para atravessar o motor home da França para o Brasil foi mais fácil e mais barato do que atravessar essa pequena distância entre Cartagena/Colômbia e Colón/Panamá.   É um absurdo o dinheiro que se gasta e o tempo que se espera para fazer a travessia de um veículo. Não tem opção, ou a gente enfrenta o desafio, ou volta para casa.
O mais engraçado foi saber que os dois se entenderam: um falava “portunhol”, e o outro, “francesol”. Os dois estavam sóbrios, claro, imaginem se tivessem se encontrado depois de umas cervejinhas!  
À noite fomos, a pé, numa pizzaria a pouca distância do nosso hotel.  

sexta-feira, 4 de maio de 2012

04/05/2012

Hoje fomos conhecer melhor os arredores da cidade murada. Do lado de fora, próxima aos muros, está a outra parte da cidade, que conserva o estilo dos sobrados com sacadas de madeira. Ali perto também está o moderno Centro de Convenciones, construído na década de 80, com o mesmo material dos edifícios da cidade antiga.  Do outro lado da rua se encontra o Teatro de Colón, o Teatro de Cartagena e o Convento de San Francisco. O convento tem um jardim interno, contornado por aposentos com portas em arco, que hoje funcionam como salas de aula da Corporacion Universitaria Rafael Nuñez. A parte lateral direita do convento é hoje um centro comercial bonito.
Almoçamos no restaurante La Casa de Socorro, num prédio colonial charmoso, que serve uma comida deliciosa.

Percorremos mais um pouco as ruas e entramos no mercado central, onde finalmente o Tadeu conseguiu uma bandeirinha da Colômbia (cada vez que entramos num país, colamos uma bandeira no vidro do carro). Por todas as cidades pelas quais passamos, procuramos uma bandeira da Colômbia, mas nunca conseguimos uma livraria, papelaria ou qualquer loja que tivesse bandeira para vender. Inconformado, Tadeu pagou um rapaz para imprimir uma no computador.  
Voltamos para o hotel a fim de organizar nossa bagagem, pois o carro terá que ser levado para o porto amanhã.


03/05/2012
De manhã fomos ao banco sacar dinheiro para pagar as contas. Alguns restaurantes não aceitam cartão. Pegamos o carro e fomos ao Volcán del Totumo. É uma cratera vulcânica cheia de lodo, que fica na região do Caribe, a 50km de Cartagena. É um a elevação de mais ou menos 20m de altura, e para entrar na cratera e se “banhar” com a lama medicinal que fica dentro, deve-se subir uma escada de madeira. Há restaurantes rústicos ao redor, com telhados de palha. Não entramos na cratera, mas sentamos num restaurante e comemos um peixe saborooso, escolhido por nós, preparado na hora.

Andamos até a praia, que fica a alguns metros do vulcão e onde o pessoal se banha para tirar a lama do corpo.  Parece uma lagoa com águas tranquilas. Continuamos até a Playa de Boca Tocino, igualmente tranquila, com mangues e praias. De um lado da estrada fica a praia, e do outro, há fazendas de gado. Alguns animais andam soltos pela estrada e pela praia. Acabamos indo até Barranquilla, uma das cidades (e porto) mais importantes do norte da Colômbia.  Não chegamos a conhecer a cidade, pois já estava muito tarde e resolvemos voltar para Cartagena.

 02/05/2012
Tomamos café numa lanchonete perto do hotel. Depois fomos ao apartamento dos brasileiros para saber se o carro deles tinha chegado. Não estavam em casa. Tinham ido ao porto.
Demos mais umas voltas pela cidade e começamos a procurar agência de turismo para comprar passagem aérea para o Panamá. Desistimos do veleiro porque demoraríamos mais tempo ainda para chegar a Colón. No próximo sábado (dia 05), Tadeu tem que ir ao porto levar o carro, e no dia 7 tem que estar lá também para a vistoria da polícia, ou seja, tiram tudo de dentro do carro, das malas, da caçamba, etc., trazem cachorros farejadores de droga, enfim, fazem uma geral no carro que vai entrar no navio.

À noite falamos com os brasileiros. O carro chegou, mas ainda não conseguiram tirá-lo de dentro do porto. É muita burocracia. O dono do carro tem que alugar capacete, colete, usar calçado fechado, calça comprida e exigem até seguro de vida para entrar no porto.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

1o/05/2012

Jaime nos deu todo o apoio para o passeio de lancha até as ilhas e até disponibilizou uma estada pra nós na ilha onde fica o Oceanário. Os tanques do Oceanário estão localizados no mar, contíguos à ilha. São cercados enormes onde ficam golfinhos, tartarugas, tubarões e uma variedade imensa de peixes. Há passarelas por cima dos aquários para a visitação e para apreciar o show dos golfinhos e dos tubarões. Estes comem praticamente na mão do tratador, que os toca como se fossem animaizinhos dóceis. Dá medo de ver.
No embalo, voltamos para a lancha, que continuou o passeio até até Playa Blanca na ilha de Baru, e esquecemos que deveríamos passar a noite na ilha do Oceanário (Bruno prestou consultoria e deu treinamento na Colômbia sobre Aquicultura). Perdemos essa oportunidade, mas fizemos amizade com dois casais colombianos; um casal mora na fronteira com a Venezuela e estava comemorando 20 anos de casamento. Conversa vai, conversa vem, acabamos trocando e-mail, telefone e oferecendo reciprocamente nossas casas para hospedagem, quando formos à cidade deles e quando eles forem ao Brasil.
À noite fomos à iluminada cidade murada, onde turistas e moradores vão para a praça, passeiam de bicicleta ou andam de carro de cavalo pelas ruelas da cidade. Os restaurantes ficam abertos até tarde e táxis e carros não circulam no período noturno.

30/04/2012
De manhã chegou o mensageiro, enviado por Andrés, para nos levar até o escritório que prepara a documentação para despachar o carro de Cartagena para Colón – Panamá. 

Almoçamos, e à tarde, voltamos ao escritório para completar o processo e ir até o porto levar a documentação. No porto, só o Tadeu pôde entrar, pois o carro está no nome dele. Eu tive que ficar esperando do lado de fora. A data provável para a saída do carro é dia 08 de maio. Agora temos que decidir se vamos até o Panamá de avião ou de veleiro, que leva cinco dias para chegar, percorrendo as ilhas que ficam nessa região do Caribe.
Chegamos no hotel cansados de tanta burocracia. À noite fomos ao apartamento dos brasileiros. Ouvimos histórias interessantes sobre a viagem deles. Foram até o norte dos Estados Unidos e agora estão voltando para o Brasil. Disseram que o carro deles chega dia 1o de maio, mas como é feriado só poderão retirar o carro no dia 2.


29/04/2012
Ainda estamos em Cartagena e não sabemos exatamente quantos dias ainda teremos que ficar. Encontramos três brasileiros (1 de Lages e 2 de Curitiba), que estão esperando há 16 dias o carro  que já deveria ter chegado de Colón – Panamá. Infelizmente para transpor os 130km que faltam de estrada para ligar Colômbia e Panamá, leva-se de 5 a 8 dias úteis só para dar entrada na documentação do carro, torcendo para não haver nenhum imprevisto no porto. E o preço é um absurdo.  E pode haver atraso. E o estresse é grande. E não se pode ir junto com o carro porque o navio só leva carga. A Pan-americana é interrompida aqui. 

À tarde visitamos o Castilho de San Felipe, que fica fora dos muros da cidade antiga, na colina de San Lázaro. É o maior castelo construído pelos espanhóis na América do Sul e teve importante papel na defesa do então Vice-Reino de Nova Granada. Sua construção iniciou em 1536. No seu interior existem túneis estreitos que atravessam internamente a edificação de um lado ao outro. Estava nublado, e não conseguimos pegar o pôr do sol da cidade, que dizem ser muito bonito.
À noite Andrés nos convidou para jantar em sua casa. Jaime (amigo de Andrés) e sua esposa nos apanharam no hotel para nos guiar até o apartamento dele. Conhecemos sua família simpática, acolhedora, alegre, assim como seus amigos. Serviram uma carne deliciosa à brasileira, e a salada tinha uma frutinha ácida, deliciosa, que eu nunca tinha comido.   Aí combinamos nossa ida às Islas del Rosário, bem como à agência para dar entrada nos papéis para a travessia do carro.