domingo, 29 de abril de 2012


28/04/2012
De manhã saímos de carro para visitar o litoral de Cartagena. Estamos a três quadras da praia Bocagrande, que está localizada no Mar do Caribe, porém sua areia é escura e não se parece em nada com as praias paradisíacas famosas do Caribe, mas é bem movimentada, cheia de turistas.
Na parte de fora das muralhas está a cidade moderna, com arranha-céus, hotéis de todas as categorias, avenidas e bons restaurantes.
Percorrendo as lagunas e pontes, acabamos encontrando a praia de Manzanillo, onde vive uma comunidade de pescadores nativos.  A praia é parecida com Bocagrande, mas a aparência é rústica, com armações de bambu e palha, não oferece bons serviços e o preço da comida é um absurdo de cara.  
Voltamos a Bocagrande para almoçar e descansar um pouco. O clima é muito quente e úmido. À noite passeamos pelas calles movimentadas da cidade moderna.

27/04/2012
Depois do café pegamos um táxi até o centro histórico de Cartagena. Entramos pela Puerta del Reloj , uma torre com relógio, que é uma das entradas à ciudad amurallada, um dos primeiros centros urbanos erguidos pelos espanhóis na América do Sul. Percorremos a cidade antiga a pé, admirando as edificações que datam dos séculos XVI e XVII. É impressionante a espessura dos muros em alguns pontos da cidade. Além de quarteirões inteiros preservados, com sobrados e seus balcões de madeira floridos, existem vários restaurantes, lojas de artesanato e joalherias que trabalham principalmente com prata e esmeraldas. As peças são lindas, mas muito caras.  Cartagena de Índias era o porto por onde escoava toda a riqueza das Américas para a Europa, motivo pelo qual era muito cobiçada e atacada por piratas e demais potências da época.

Compramos cartão para o celular e continuamos a caminhada até um dos agradáveis restaurantes da cidade murada. Depois de o Tadeu tomar suas cervejinhas, e eu, duas taças enormes de piña colada, fomos visitar o Museo del Oro, que guarda peças de cerâmica, osso e ouro produzidas pelo antigo povo indígena Zenú; um trabalho artesanal primoroso.
Visitamos também o Palacio de la Inquisición, que foi construído para abrigar os terríveis inquisidores cuja função era perseguir as supostas bruxas e profanadores que contradiziam a religião. Dentre os instrumentos de tortura para arrancar confissões, há uma balança pendurada no teto, que servia para pesar uma mulher quando era acusada de bruxaria. Se ela não tivesse o peso proporcional, conforme os padrões da época, era a prova de que seria uma bruxa, ou seja, as magras eram comprovadamente acusadas, uma vez que sendo mais leves poderiam voar em suas vassouras.

quinta-feira, 26 de abril de 2012


26/04/2012
Saímos de Sincelejo às 8h15. Para chegar a Cartagena de Índias (180km depois) levamos 3 horas e meia, porque não escapamos das curvas e de alguns trechos em manutenção. A velocidade média possível era 50km/hora. Pagamos 2 pedágios no total de 13.000,00 pesos, apesar de a estrada não oferecer boas condições para transitar.

Faltando 8km para chegar a Cartagena, fomos parados por policiais, que pediram os documentos do carro e do condutor e fizeram as perguntas de praxe. Pouco depois entramos no trânsito intenso da cidade. Tadeu pegou a orla marítima para ter mais noção da localização do centro, uma vez que nunca temos o mapa das cidades, muito menos GPS.  Tivemos sorte de encontrar logo uma calle (rua) com vários hotéis.
Acomodamo-nos e fomos almoçar. Em seguida telefonamos para Andrés e combinamos um encontro no hotel para que ele nos informasse os detalhes da travessia do carro. É complicada, a travessia, e muito cara. Vamos aguardar mais um pouco.

Passamos pelas muralhas da cidade. São nove quilômetros de muralhas erguidas na época da colonização espanhola, as quais serviam para proteger a cidade contra os ataques de piratas e de outros países europeus. Amanhã vamos explorar o local.

quarta-feira, 25 de abril de 2012


 25/04/2012
Saímos de Medellin às 8h da manhã em direção a Cartagena. Novamente subimos montanhas e passamos pelas estradas sinuosas da Cordilheira para chegar ao nosso destino.  A distância que devemos percorrer é 700km, mas conforme informações dos colombianos, leva-se 11 a 12 horas para chegar.

Nesse percurso existem fazendas de gado e campos de cultivo no pé das montanhas. A estrada é bem arborizada e na parte plana se encontram pastagens verdes com gado e búfalos.  Encontram-se também policiais armados e soldados do exército com metralhadora, e até tanque de guerra, ao longo da rodovia. Fomos parados duas vezes por policiais, que perguntavam de onde vínhamos e para onde íamos.  Respondíamos às perguntas e nos deixavam passar sem problemas.
Pagamos um total de 39.500,00 pesos em 460km.

Para não chegar à noite em Cartagena, decidimos parar em Sincelejo, às 5h da tarde. É uma cidade pequena, com uma praça principal onde se concentram os moradores.  O povo é simpático e hospitaleiro. Acomodamo-nos num hotel razoável, com internet, e até conseguimos falar com o Daniel (filhão) pelo skype.

terça-feira, 24 de abril de 2012

24/04/2012
Amanheceu chovendo, e a chuva continuou até o meio-dia. O tour que queríamos fazer só seria possível no dia seguinte, pois teríamos que ter comprado o tíquete com um dia de antecedência no hotel. Perguntamos onde poderíamos comprá-lo e saímos para sacar dinheiro e telefonar para Ondina. Andamos pelo centro até encontrar um banco e uma cabine telefônica.   Depois de falar com a mãe e matar a saudade, pegamos o metrô na Estación Parque Berrio e fomos até a Estación Estadio del Metro onde compramos os tíquetes do Turibus.

O ônibus passa pelos principais pontos turísticos de Medellin, capital del Dapartamento de Antioquia. É chamada de Ciudad de la Eterna Primavera devido à temperatura entre 18 e 28oC e à variedade de flores e jardins. A famosa Feria de las Flores acontece no final de julho e começo de agosto.
O passeio (4 horas) não oferece tempo suficiente para entrar em museus. Paramos no Parque de los Pies Descalzos, um local tranquilo no meio da cidade, no qual se anda descalço num caminho de pedras, grama e areia. Ao redor existem bancos, fontes e piscinas para molhar os pés e relaxar.

Subimos o Cerro Nutibara – Pueblito Paisa, considerado o pulmão verde da cidade e de onde se vê toda a área de Medellin. Aí se encontram peças de artesanato dos artistas locais e restaurantes.
Na Plaza de las Esculturas – Plaza Botero,  estão as famosas esculturas de Fernando Botero. O edifício em frente abriga o Museo de Antioquia, com obras doadas pelo escultor e obras de outros artistas nacionais e internacionais.

O Parque de los Deseos é outro espaço público de lazer relacionado à Astronomia. Além de bancos, rampas, cinema ao ar livre, espaço para eventos, cafés e barezinhos, existe um relógio solar em que se podem ver as horas do dia conforme a posição do sol.  Há também uma escultura da Lua, dividida em duas partes, oca, à distância de 15m, uma de frente para outra, onde duas pessoas, cada uma virada para a parte côncava, se comunicam perfeitamente, como se estivessem falando ao telefone. Nesse parque deixamos o ônibus e pegamos o metrô novamente para voltar ao hotel.
Entrei no Skype e tive sorte de ver a minha netinha, fofa, linda.

segunda-feira, 23 de abril de 2012


23/04/2012

Acordamos, não com o barulho do trânsito das grandes cidades, mas com o som dos passarinhos e das cigarras cantando. O dia estava maravilhoso. Tomamos nosso café numa varanda vendo os pássaros revoando à nossa volta: canarinhos, sanhaçus, rolinhas, beija-flores... Deu vontade de permanecer mais um bom tempo nesse lugar.
Caímos na estrada novamente às 10h, passando por cidadezinhas cujos moradores nos olhavam curiosos. Ao longo da estrada existem bons postos de gasolina e restaurantes, assim como bancas de frutas e verduras.

Na maior parte da rodovia, ondulante, o asfalto é ótimo, porém ainda há trechos que estão em manutenção ou sendo ampliados. As copas das árvores que estão nas duas margens da estrada se juntam e formam um túnel de vegetação por cima do asfalto. As montanhas que outrora eram cobertas de floresta, agora são cultivadas.
Chegamos ao centro de Medellin às 16h30. A entrada na cidade é mais fácil do que a de Cali. No entanto, as obras de ampliação e manutenção estão por toda parte, e o trânsito é lento devido aos desvios que os motoristas são forçados a fazer. Tivemos sorte de encontrar um bom hotel logo que nos aproximamos do centro, e melhor, ganhamos de cortesia dois coquetéis para desfrutar no bar do hotel.

No decorrer de 230km passamos por 5 pedágios, totalizando 37.900,00 pesos colombianos (equivalente a R$38,50).
Já nos informamos sobre as atrações da cidade e vamos fazer um tour amanhã.

22/04/2012
Queríamos visitar o Cristo (4,5m menor que o Cristo Redentor do Rio de Janeiro) de onde se tem a visão panorâmica de Cali, mas estava chovendo. Tínhamos a intenção de seguir para Bogotá, mas nos disseram que o Parque Nacional del Café era um lugar muito interessante para visitar. Então, desviamos nossa rota e partimos em direção ao parque às 9h da manhã. Até Yombo a estrada é ruim. Após 24 km paramos, porque estavam desentulhando a pista interditada por barreiras que caíram com as chuvas. Percebemos que alguns carros e micro-ônibus estavam voltando para pegar um atalho. Resolvemos segui-los. A estradinha era de chão batido e enlameado devido às chuvas, mas a caminhonete passou bem os 3km que terminaram num vilarejo. Os moradores quando viram tantos veículos de outras localidades passando na frente de suas casas, faziam sinal indicando onde se podia alcançar o asfalto novamente.

No km 39, um pedágio de 6.600,00 pesos. Em seguida o asfalto passa por baixo das árvores, formando um teto verde, lindo, de 7km. Encontramos um viajante carregado de mochilas, de bicicleta.
No km 50 mais um pedágio de 6.900,00 pesos.  Percorremos a Rodovia 25 por ser menos sinuosa. É uma autopista arborizada, bem sinalizada, e o asfalto é ótimo. Desde o Peru, quando perguntávamos qual a distância entre uma cidade e outra, nunca falavam a quilometragem, e sim quantas horas se levava para chegar ao local. Só depois de percorrer as estradas é que concluímos que realmente não dá para se basear pela quilometragem. É muita curva, muita subida e descida, além da travessia de animais e transeuntes que andam displicentemente na beira da estrada.

Até o parque (150km de Cali) pagamos mais 2 pedágios: 6.900,00 e 7.900,00 pesos. Ao meio-dia entramos numa estradinha de asfalto que leva ao Parque Nacional del Café. Compramos uma entrada por 34.000,00 pesos por pessoa (tem de 21.000,00 e 54.0000,00), porque não nos interessava o parque de diversões.  O lugar é lindo. Pegamos o teleférico para chegar ao setor de alimentação, e resolvemos pedir um prato típico chamado Picada (carne de porco frita, torresmo, banana frita, batata cozida e salada) acompanhado de águapanela com limón fria (parece um chá). Não demos conta da metade do que tinha no prato. Depois percorremos o parque de trem e a pé, e visitamos o Museo del Café e a Casa Campesina. Assistimos à última apresentação do dia do Show del Café. É um show maravilhoso de danças típicas colombianas. Imperdível. O preço da entrada já vale o show. Fomos os últimos a deixar o parque, já anoitecendo.
Embalados pelo clima do parque, nos hospedamos no Finca Hotel La Tata (Hotel Fazenda A Tata) a 400m do parque. É um local tranquilo, com jardins, pássaros silvestres piando, piscina, jacuzii e instalações amplas, bonitas e confortáveis. Jantamos um lomo delicioso. Extrapolamos nosso orçamento do dia, mas valeu.

sábado, 21 de abril de 2012


21/04/2012

Tomamos café e fomos telefonar para Andrés, amigo do Bruno, que vai nos ajudar na travessia do carro para o Panamá. Não foi muito fácil hablar portunhol por telefone, mas a gente se entendeu. Combinamos aguardar mais informações por e-mail.
Estivemos numa agência de turismo para conhecer a cidade, mas estava chovendo e não valia a pena fazer um tour por 160.000,00 pesos embaixo de chuva. Então, pegamos um táxi até o Centro histórico e visitamos o Museo del Oro Calima. As peças de cerâmica e joias de ouro expostas no museu foram fabricadas pelos povos nativos que habitavam a região, a qual foi conquistada pelos espanhóis no início do sec. XVI.  A maior parte da população nativa foi extinta devido a matanças, trabalhos forçados e doenças trazidas pelos espanhóis.  A população atual é uma miscigenação de indígenas, negros (trazidos da África para trabalhar nas minas e na agricultura) e europeus.

Almoçamos no centro e experimentamos uma sopa colombiana, que não conseguimos gravar o nome. Pelas ruas há bancas de frutas tropicais apetitosas (algumas nunca tínhamos visto) e bancas com quitutes típicos, entre eles as arepas, um tipo de pão de milho frito. Os sucos também são deliciosos. Percebemos que em cada esquina há um policial.
Voltamos para o hotel para verificar se havia alguma informação do Andrés, mas o hotel ficou horas sem acesso à internet. Descansamos um pouco, esperando a chuva passar.

À noite fomos a uma LAN House checar e-mails. Recebemos mensagem do Andrés, que completará as informações sobre a travessia do carro na próxima segunda-feira. Cali, à noite, é efervescente, movimentada, som de música por toda parte. Passeamos pelas ruas cheias de barezinhos e danceterias.

Quando voltamos para o hotel, a internet tinha sido restaurada e conseguimos falar com João pelo skype. Ele está viajando com os dois irmãos, de moto, desde 5 de março, pela América do Sul. Pena que não vamos poder nos encontrar, porque eles já estão uns 4 dias na nossa frente e começam a retornar pra a casa.

sexta-feira, 20 de abril de 2012


20/04/2012

Deixamos Pasto às 8h30 da manhã. Abastecemos no primeiro posto que encontramos na saída da cidade e seguimos em direção a Cali. Pedimos informação a um senhor, que gentilmente nos orientou como pegar a Pan-Americana. Alguns quilômetros depois já havia um pedágio de 4.000,00 pesos. Depois de rodar 18km tivemos que parar porque estavam retirando desmoronamentos da pista. As chuvas dos dias anteriores fizeram um grande estrago em comunidades e estradas da Colômbia.
Ao longo da estrada, tão sinuosa quanto as estradas do Peru e as do Equador, se encontram vilarejos, casinhas nas montanhas e restaurantes decentes para fazer uma refeição. A paisagem também é parecida, pois a rodovia contorna montanhas e atravessa vales e pontes que ligam as margens dos rios.

A 157km a estrada fica mais tortuosa, com  curvas em “S” de deixar a gente estonteado. E isso se repete por quilômetros. Em cima da estrada está uma cidadezinha chamada El Bordo. Mais adiante, um pedágio de 6.500,00 pesos.
Nesse percurso, soldados do Exército estavam presentes a cada 10km mais ou menos. Barreiras caídas na pista forçavam os carros a prosseguirem com cautela, e operários e máquinas trabalhavam na desobstrução da passagem.

Depois de percorrer 245km, a estrada melhora e aparece mais um pedágio de 6.500,00 pesos. À medida que chegamos mais perto de Cali, mais soldados postados no acostamento. Felizmente nenhum deles mandou a gente parar. E mais um pedágio de 6.600,00 pesos antes de chegar na entrada de Cali.
Entramos pelo sul da cidade, às 5h da tarde. As avenidas são bem arborizadas e há parques para lazer e parques enormes com campos de futebol. Ficamos meio perdidos com o engarrafamento e com tantas ruas, sem saber exatamente qual delas levaria ao centro. Queríamos nos hospedar antes do anoitecer. Perguntamos a um motoqueiro, que passava perto de nós, onde era o centro, e ele não só nos guiou até o centro como nos deixou na frente de um hotel. Agradecemos e nos despedimos do gentil muchacho.

Falamos com Bruno (amigo e treinador de rúgbi do Daniel) pelo skype. Ele está morando na Costa Rica atualmente, e já agilizou um contato pra nós em Cartagena para a travessia do carro. Agradecemos imensamente a tua força, Bruno.

quinta-feira, 19 de abril de 2012


19/04/2012

Saímos de Tulcán às 8h da manhã. Às 9h5 atravessamos a Puente Internacional de Rumichaca, que fica entre as cidades de Tulcán (Equador) e Ipiales (Colômbia).  Ao voltarmos da Oficina de Migración, nosso carro (no estacionamento) estava rodeado de cambistas curiosos que, ao mesmo tempo em que ofereciam seus serviços de câmbio, perguntavam de onde estávamos vindo, qual o preço da caminhonete, qual a jornada de trabalho no Brasil, se já conhecíamos a Colômbia, onde compramos a barraca, etc. Enquanto o Tadeu corria com a papelada e a vistoria do carro, eu ficava atenta a tudo, do lado de fora do carro, pois a fama da Colômbia não é boa. Na fronteira do Equador, foi fácil pegar o nosso visto de saída e o do carro, mas no lado da Colômbia foi mais complicado. Os policiais que trabalham na aduana chegaram a bater foto do número do motor e da placa do carro.  
Assim que nos desembaraçamos da aduana, fomos para Ipiales fazer o seguro obrigatório da Colômbia (SOAT) ao preço de 60.000,00 pesos colombianos (U$ 32,00), válido por 30 dias.  No  Equador  pagamos  U$ 5,00 pelo mesmo seguro.

Procuramos mapa rodoviário da Colômbia em Ipiales, mas tudo o que conseguimos foi um atlas escolar. Sem GPS e sem mapa, o jeito foi navegar pelo atlas mesmo, confiar no instinto escoteiro e na experiência em trail do Tadeu e perguntar.
Seguimos para Pasto, capital do Departamento de Nariño, cidade famosa pelo seu tradicional Carnaval celebrado do dia 4 a 7 de janeiro, que tem origem nos rituais da cultura dos antigos povos pastos e quillacingas. Esses povos reverenciavam a Lua com danças e faziam pedidos para proteger suas plantações.
No trajeto até Pasto descemos e subimos montanhas por uma estrada sinuosa. Pagamos um pedágio de 7.700,00 pesos.

Ao chegarmos à cidade estava chovendo. Nos hospedamos, e saímos com chuva mesmo para comprar mapa.  Depois de muito perguntar, conseguimos comprar um, na municipalidade, a 14.000,00 pesos.  Retornamos ao hotel para pesquisar na internet sobre a travessia do carro em Cartagena. Nem tivemos tempo de conhecer a cidade, muito menos os arredores com suas lagoas, vulcões, flora e fauna.

quarta-feira, 18 de abril de 2012


18/04/2012
Saímos do hotel El Indio, em Otavalo, às9h30. Já havíamos pago o pernoite do dia anterior, mas na hora de encerrar a conta nos apresentaram uma diária a mais. Como não pegamos recibo e não lembrávamos mais para quem pagamos (há um rodízio de recepcionistas), tivemos que pagar novamente, embora indignados com a falta de honestidade. Valeu para ficarmos mais espertos. Com exceção desse inconveniente, os equatorianos, na sua grande maioria, são simpáticos e estão sempre prontos para ajudar.

Seguimos mais ao norte em direção a Tulcán, cidade que faz fronteira com a Colômbia. Pagamos três pedágios no total de U$ 3,00, na Panamericana. A estrada é boa e bem sinalizada. Chegamos em Tulcán às 12h28, mas resolvemos parar e descansar mais um pouco. Acomodamo-nos no hotel, almoçamos e fomos pesquisar mapas da Colômbia na internet, pois não conseguimos comprar nenhum no Equador e ainda estamos sem GPS.
Tadeu foi a uma peluqueria fazer a barba (já estava quase sendo confundido com Papai Noel) e depois visitamos o Cementério Municipal “José Maria A. Franco”, a principal atração da cidade. Os 5 filhos do criador do cemitério (falecido) continuam o seu trabalho de fazer escultura nas árvores que adornam o cemitério de forma extraordinária e linda.

Amanhã vamos enfrentar a fronteira e passar para a Colômbia.

terça-feira, 17 de abril de 2012


17/04/2012

Otavalo está situada entre montanhas, vulcões e lagos. Da janela do nosso quarto podemos ver um dos vulcões. A população é formada pelos grupos étnicos Kichwa Otavalo, kichwa Cayambi y Mestizo, e os idiomas falados são castelhano e kichwa.
 Após o café, contratamos um guia turístico para visitar os arredores da cidade.  Nossa primeira parada foi na Cascata de Peguche. Na entrada do caminho, feito de pedras pelas civilizações primitivas, há o Templo do Sol, lugar sagrado onde os indígenas reverenciavam o deus Sol. Hoje ainda há tradição de se banhar na cascata, no dia 22 de junho – que no calendário dos povos nativos era o primeiro dia do ano – para tirar os maus espíritos do corpo.

Visitamos em seguida o lago Cuicocha, que está situado dentro da cratera do vulcão Cuicocha, atualmente extinto. No meio do lago ainda existem duas ilhotas. Segundo o guia, quando o vulcão entrou em erupção derreteu o gelo do seu cume formando o lago e as duas ilhotas.
Fomos à cidade de Cotacachi, famosa por sua produção de roupas, bolsas, cintos e outros artigos de couro. Existe uma rua inteira de lojas vendendo esses produtos a preços ótimos.

Passamos por uma comunidade indígena, que, apesar de atualmente viver em casas de alvenaria, ainda mantém suas tradições na fabricação de produtos e nas vestimentas que usam caracterizando o seu grupo étnico. Os mais velhos ainda sabem fiar e tecer manualmente a lã de lhama para fabricar tapetes, mantas e outros artigos artesanais.
Não tivemos muita sorte com o passeio porque o dia estava nublado e não pudemos ver os vulcões, que estavam cobertos pelas nuvens.

À tarde passamos pela feira de artesanato e depois saímos à procura de oficina para trocar o óleo, o filtro e a pastilha de freio do carro, bem como fazer o rodízio dos pneus e a geometria das rodas. Saímos da oficina à noite, porque não havia pastilhas de freio para comprar, e o jeito foi recondicioná-las.


16/04/2012
Após o café fomos ao Centro Comercial trocar dinheiro e comprar uma bandeira do Equador (adesivo) para colar no vidro do carro (já temos a do Peru e a do Brasil). Passamos por uma loja com chapéus do Panamá, que não são produzidos no Panamá, e sim no Equador. O nome dado a esses chapéus se deve aos trabalhadores da construção do Canal de Panamá, que os usavam em massa. No Equador esses chapéus não são baratos, mas no exterior são muito caros.

Fechamos a conta no hotel e seguimos para a cidade Mitad del Mundo, a 25km de Quito, por onde passa a Linha do Equador, que divide a Terra em hemisfério norte e hemisfério sul. Batemos fotos com um pé no hemisfério sul e o outro no hemisfério norte, assim como eu já havia feito no Meridiano de Greenwich, na Inglaterra.
Visitamos o Museu Etnográfico, que fica no prédio erguido sobre a Linha do Equador, o qual apresenta os grupos étnicos que formaram o país.  Almoçamos num restaurante na Mitad del Mundo, entramos nas lojas de artesanato e souvenires, e às 4h da tarde decidimos continuar a viagem em direção norte, para a cidade de Otavalo, a 100km de Quito. A estrada é parecida com as outras pelas quais passamos para chegar às cidades que já visitamos: vales, montanhas e vilarejos.

Chegamos em Otavalo (2.556m de altitude) com chuva, às 6h da tarde. Como sempre, a parte mais estressante da viagem é procurar hotel confortável com internet e preço bom (para o nosso bolso). Hospedamo-nos no hotel El Indio, numa das ruas principais da cidade, pertinho da Plaza de Ponchos.  Nessa praça fica a feira de artesanato. A maior parte das peças: tapeçarias, pinturas, etc. são produzidas pelos indígenas.
Saímos para comer uma pizza e já aproveitamos para dar uma volta pela praça principal. A cidade é muito bonitinha, com igrejas, ruas bem cuidadas e limpas, pizzarias aconchegantes, cafés e restaurantes.

 Amanhã iremos visitar os pontos turísticos da cidade.

domingo, 15 de abril de 2012

15/04/2012
Nosso hotel não serve desayuno aos sábados e domingos, então, fomos até uma cafeteria ao lado do hotel tomar café, tão saboroso quanto o nosso brasileiro.
A recepcionista do hotel nos deu algumas informações turísticas e até recomendou que tomássemos o trole, ônibus elétrico a U$ 0,25 por passageiro, que vai até o Centro Histórico. Se pegássemos táxi pagaríamos, no mínimo, U$ 5,00.
O Centro Histórico abriga construções coloniais surpreendentemente bem preservadas. Não é por acaso que foi uma das primeiras cidades do planeta a receber o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela ONU, em 1978.
Caminhamos pelo Centro Histórico com suas praças, igrejas, museus e parques. Entramos em duas igrejas e não tivemos tempo de visitar museus.  Nas praças e ruas se encontram grupos nativos com seus instrumentos peculiares tocando músicas andinas, grupos de dança se apresentando com seus trajes típicos, turistas bebendo sucos deliciosos e se entretendo com tanta diversidade cultural. 
Às 3h da tarde estávamos com fome.  Entramos por acaso num beco e nos deparamos com um pequeno centro comercial e de restaurantes (Fonda Quiteña) com mesinhas dispostas no jardim de inverno e nas sacadas superiores. Além de saborearmos uma comida deliciosa (cara, claro, devido ao ambiente agradável), o Tadeu ainda descolou um copo de cerveja da marca Club, como cortesia.
Ficamos umas longas duas horas curtindo o local. Quando saímos, despencou uma chuva, que logo foi embora. Caminhamos mais um pouco pelos arredores e retornamos de ônibus novamente. Os equatorianos são muito simpáticos e cordiais.

sábado, 14 de abril de 2012


14\04\2012

Saímos de Santo Domingo às 9h, debaixo de chuva intensa. Tomamos café numa panaderia, a alguns metros do hotel, e caímos na estrada em direção a Quito. À medida que subimos, a chuva vai diminuindo. Estamos novamente na Cordilheira dos Andes, rodando entre curvas e mais curvas até chegar a Quito, a 2.850m acima do nível do mar. É a segunda maior cidade do Equador (Guayaquil é maior), com 1,5milhão de habitantes, e está situada entre montanhas e vulcões.
De Santo Domingo a Quito, passamos por três pedágios, num total de U$2,40. A estrada é boa, bem sinalizada. Ficamos parados por cerca de meia hora na rodovia porque estavam trabalhando numa pista.

Entramos no trânsito da cidade de Quito para procurar hotel por volta das 2h da tarde. Rodamos pelo centro de Mariscal, na parte oposta à do Centro Histórico, pois nos disseram que Mariscal é uma zona mais segura para ficar.
Até nos acomodarmos no hotel, já passava de 4h da tarde. Estávamos com muita fome e encontramos um restaurante que servia pratos apetitosos, entre eles um lomo, que matou nossa vontade de comer uma comidinha bem brasileira: bife, arroz, feijão...

Agora estamos no hotel, com internet, tentando ver nossa netinha no Skype e atualizando o blog.

13\04\2012                                                               
No café da manhã, no hotel, estava o Sr. Luiz, um hóspede simpático que começou a conversar conosco. Disse que estava indo visitar o filho, que mora em Guayaquil, mas sua residência é em Quito. Disse também que retornaria para casa somente na segunda-feira. Depois de bater um papo de uns 15 minutos já estava nos convidando para nos hospedar na casa dele.

Seguimos para Manta, uma cidade portuária onde se pode enviar o carro de navio para outro país. Como teremos que passar o canal de Panamá para seguir adiante, queremos saber quais os procedimentos.
Conforme sugestão do Sr. Luiz, pegamos a Ruta del Sol, uma estrada que passa pela costa do Pacífico até o porto de Manta. No caminho, passando por San Pablo, avistamos pescadores puxando uma rede do mar. Paramos o carro e fomos apreciar a cena inusitada: os pelicanos vêm acompanhando a rede pelo lado de fora, boiando e deslizando nas ondas, certos de que alguns peixes escaparão da rede e irão direto para os seus bicos avantajados, e as fragatas sobrevoam a rede à espera de um momento oportuno para um voo rasante e certeiro na presa, sem molhar as asas.

Em Puerto Lopes, paramos para almoçar num dos restaurantes da beira da praia, umas cabanas com telhado de palha, bem típicas da região, mas desistimos devido ao vento forte que soprava a areia na nossa direção.
Chegando a Manta fomos nos informar sobre o transporte do carro. Ficamos sabendo que o próximo transporte seria para o dia 30 de abril. Então, resolvemos seguir para Quito.

A certa distância, a estrada estava interrompida. Paramos indecisos, porém um caminhoneiro informou que havia um desvio e que podíamos segui-lo. Passamos por um atoleiro feio e só conseguimos atravessar porque a caminhonete tem marcha reduzida.
Paramos em Santo Domingo para jantar e descansar, pois Quito fica longe e estamos viajando o dia todo. Pegamos o primeiro hotel razoável que encontramos, e só depois nos disseram que não estava incluído desayuno no preço.

   
12\04\2012

Depois do desayuno fomos tentar trocar dinheiro. Recomendaram, no hotel, o Banco Pichincha, um dos maiores do Equador. Infelizmente não trocavam reais. Voltamos para o hotel e ficamos umas duas horas na frente do computador, numa mesinha de frente para o mar, esperando o Daniel e a Juka entrarem no Skype para ver a Zoê e falar com a família, mas não conseguimos contato.
Atravessamos a avenida e alugamos uma sombrinha e duas cadeiras de praia por U$3,00, e ficamos curtindo o agito da praia: carrinhos vendendo coco helado, sininhos anunciando a chegada de picolé e sorvete, gente vendendo empanadas, colares, brincos, pulseiras, roupas...

Sentados, ouvíamos conversas dos turistas vizinhos, gritos, risadas, roncos de motor dos barcos e o barulho suave das ondas. As crianças ora se jogavam na água, ora vinham para a praia fazer castelinhos de areia.  A maioria das pessoas não usa roupas de banho e se jogam na água de bermuda, blusa e tudo. Chegamos a tirar um cochilo. O Tadeu não resistiu ao mar azul, calmo, convidativo, e caiu na água, claro.
Fomos almoçar às 3h da tarde, quando a fome começou a bater, num restaurante de frente para o mar, naturalmente.

À noite passeamos pela avenida, Tadeu tomou algumas cervejas, jantamos e fomos dormir cedo.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

11\04\2012
Deixamos Cuenca nos guiando pelo mapa da cidade e por orientações que nos deram no hotel. Às 9h estamos seguindo para o Parque Cajas, contornando a Cordilheira dos Andes, passando por vales, rios, pequenos lagos, vaquinhas pastando nas encostas e lhamas selvagens, que são as “senhoras” das montanhas e do asfalto também.  As estradas são ótimas e bem sinalizadas, mas os motoristas são irresponsáveis, loucos mesmo.
O Parque fica a 4.167m de altitude e é cortado pela rodovia. Temos que parar numa guarita no meio da rodovia antes de entrar no território do parque. O guarda nos dá um tíquete que tem que ser entregue 30km depois em outra guarita. Há um mirante no topo da montanha para admirar a natureza. Claro que paramos para bater fotos.
Alguns quilômetros depois estamos acima das nuvens. Depois somos tragados por uma nuvem espessa, que nos deixa sem visibilidade. Em seguida o sol abre um clarão no nosso caminho. Mas a neblina cerrada surge em seguida e temos que trafegar com muita cautela, pois além da dificuldade de ver os veículos ainda existem os desmoronamentos. Por entre a neblina vemos um cone vermelho e um trabalhador sinalizando que há máquina e caminhão desobstruindo a pista, que tinha sido interrompida por uma barreira que caiu. A máquina e o caminhão estão a poucos metros de nós, mas não conseguimos enxergar nada.
Em mais ou menos três horas saímos do clima frio das montanhas e passamos para a zona costeira, onde a vegetação tropical começa a nascer e a temperatura a esquentar. Pegamos um pouco de chuva.
Pagamos dois pedágios de U$1,00 cada um, e um de U$0,25 até chegar a Guayaquil, uma cidade portuária enorme, que contornamos para chegar em Salinas. Esta é uma cidade pequena, com uma avenida beira-mar onde ficam hotéis, restaurantes, bares.  À noite as pessoas continuam curtindo a praia, pescando ou caminhando na areia. O Tadeu se encantou com o lugar paradisíaco, o mar repleto de veleiros e cerveja gelada para tomar, uma vez que não precisa dirigir para sair do hotel. Estamos bem localizados, de frente para o mar, na melhor parte da cidade.

terça-feira, 10 de abril de 2012


10\04\2012

Tomamos café e fomos conhecer Cuenca, onde nos hospedamos num apart hotel (El Puente) com cozinha completa. É uma cidade grande (350.000 habitantes) charmosa, com povo bem-educado, edificações da arquitetura colonial e republicana, e sobrados coloridos com sacadinhas proeminentes sobre as ruas, algumas destas ainda calçadas com pedras.  Na Plaza Principal, além de outros prédios interessantes, fica a Catedral de la Inmaculada Concepción, com seus altares dourados e de mármore polido,  e colunas imensas de mármore, que sustentam a  estrutura da edificação.
Pegamos um ônibus turístico na praça e fizemos um tour pela cidade. Passamos pelas ruas e seus prédios históricos, museus, sítios arqueológicos, casas antigas e residências modernas, e subimos uma colina de onde se avista toda a cidade. O ônibus passa pelo rio Tomebamba, onde ainda hoje se podem ver as mulheres lavando e estendendo suas roupas para secar às margens do rio.

De volta à praça, andamos até uma calle próxima onde encontramos um restaurante antigo, com sacadas que dão para um jardim interno, e janelas com vista para a catedral. Resolvemos almoçar lá, apesar de o preço da refeição ser mais salgado. Só depois de saborear o delicioso lomo de ternera a la plancha é que percebemos que valeu a pena.  
Visitamos também um dos mercados públicos de Cuenca, onde no meio de verduras, frutas, carnes, cereais, salames, queijos, etc. há um pequeno altar com um santo (como não sou muito devota, não reconheci qual era) com velas acesas, na porta de entrada, e outro, na porta de saída.
À tardinha fomos ao Mall de Rio, um shopping enorme onde o Tadeu se perdeu pelos corredores de ferramentas e equipamentos para carro. Fizemos um lanche na praça de alimentação e voltamos para o hotel.

segunda-feira, 9 de abril de 2012


09\04\2012
Saímos de Tumbes (Peru) por volta de 10h da manhã. Antes tentamos comprar um mapa rodoviário do Equador, mas não havia nada. Só encontramos um mapa com as principais cidades na fronteira, no lado do Equador. Temos que usar esse mesmo porque ainda estamos sem GPS. Logo chegamos no Control de Migración de Perú, passamos para o Equador, fomos novamente para o Peru para dar saída do carro e para o Equador para dar entrada no carro, num ziguezague infernal. Ainda tivemos que passar na cidade fronteira, Huaquillas, para fazer o seguro obrigatório do carro, válido por 30 dias, ao preço de 6 dólares americanos. O Equador trocou a moeda nacional (sucre) pelo dólar americano depois da crise econômica de 2001. Ficamos em função do controle de migração até 1h30 da tarde.
Almoçamos em Santa Rosa, um lomo à la plancha, que lembrou a nossa comidinha brasileira. Chega de pratos típicos.
Seguimos para Cuenca. Tentamos colocar combustível, porém vários postos estavam fechados. Alguns quilômetros depois enchemos o tanque da caminhonete a 1 dólar o galão (3,6 litros). Com 25 dólares a gente enche o tanque da caminhonete.
Entramos na estrada que corta as montanhas até Cuenca.  A paisagem é linda: montanhas, rios, vales (e desmoronamentos ao longo da estrada também). Começou a chover à tarde, mas quando chegamos a Cuenca a chuva já havia passado. 
Cuenca está a 2.532m de altitude, e seu patrimônio histórico é bem preservado. Em 1999 foi considerada Patrimônio Cultural da Humanidade. Amanhã vamos explorar os arredores.

domingo, 8 de abril de 2012

08\04\2012

Domingo de Páscoa. São 7h da manhã e já estamos na estrada em direção norte, para o Equador. Na saída de Huanchaco já pegamos um pedágio de 9,60 soles.
Paramos para tomar um café num restaurante por volta das 8h30, mas desistimos porque só serviam café com pescado frito. Somente às 9h45 conseguimos uma cafeteria para tomar nosso café da manhã.

Depois de rodar 150km havia mais um pedágio de 9,60 soles. A região norte é seca, porém a vegetação rasteira sobre o terreno arenoso começa a despontar.
Em Chiclayo, a rodovia Pan-americana some, e temos que entrar na cidade. Sem GPS, o que funciona é a velha estratégia do mapa e a de perguntar às pessoas ¿donde es este lugarɁ

Depois de 245km, outro pedágio de 9,60 soles. Nesse trecho surgem pequenos arbustos. O chão está cheio de lixo espalhado, e os urubus sobrevoam o local.
A 380km mais um pedágio de 9,60 soles, a 450km mais um de 9,60 soles e a 530km mais um de  7,50 soles. Passando pela cidade de El Alto, vimos vários poços de petróleo e bombas trabalhando.

Descemos pela estrada entre montanhas com pouca vegetação, de várias tonalidades de verde.  Algumas praias do Pacífico estão cheias de turistas, outras estão com as portas fechadas devido ao término da temporada de verão.
No km 644 mais um pedágio de 7,50 soles. E finalmente chegamos a Tumbes, onde nos hospedamos para não passar a fronteira do Equador à noite.  Conseguimos internet e vimos a nossa netinha pelo Skype. Tivemos sorte, porque depois a internet desconectou.  Fomos dar uma volta na Plaza de Armas e jantar.

 07\04\2012
De manhã fomos tomar café na cafeteria My Friend, numa calle transversal da Av. Principal. Passeamos pelo balneário e procuramos internet para nos comunicar principalmente com Daniel\Juka e Thaynã\Ju, pois sabíamos que deveriam estar ansiosos com a falta de comunicação nossa. Na hora de almoçar, paramos num restaurante na beira da praia, de onde a gente avistava os pelicanos voando em bandos, driblando as ondas.

Vimos um cliente comendo algo parecido com isca de peixe com barba-de-velho por cima. Perguntamos o que era, e o garçom nos disse que era chicharon de pescado (pedaços de peixe à milanesa, aipim frito, salada de cebola e algas marinhas). Pedimos o prato e comemos as algas para sentir o sabor. Eu gostei, o Tadeu, não.
Descansamos um pouco no hotel e voltamos para a praia. Quando estávamos passando pela avenida, o Tadeu detectou uma caminhonete com a placa de Bombinhas\SC.  Abordamos o casal e descobrimos que são holandeses, moram há muitos anos no Brasil e têm uma pousada, que se chama Pousada do Holandês (www.pousadadoholandes.com).  Assim como nós, eles estão viajando sozinhos. Pena que eles já estão retornando.

Estamos desde cedo procurando um locutório (cabine telefônica) para falar com a mãe. Depois de muito perguntar, finalmente encontramos um minimercado cujo dono fez a ligação pra nós do próprio celular e, então, matamos a saudade e desejamos Feliz Páscoa pra toda a família.
Amanhã continuaremos para o norte em direção ao Equador.


06\04\2012
Saímos do hotel às 8h30, depois de uma trabalheira danada para tirar o carro da cochera (garagem), uma vez que havia dois carros atrás do nosso. Seguimos para a Plaza de Armas e pegamos informações na Municipalidad (prefeitura). Como de praxe, a Plaza concentra os prédios e monumentos mais importantes da cidade: catedral, prédios coloniais, palácios, museus, jardins floridos... É o local de recreação do povo.

Decidimos visitar as Ruínas de Chan-Chan, o maior complexo de ruínas em barro do planeta. É impressionante a construção das muralhas que envolvem a antiga cidade, bem como toda sua estrutura interna.
Depois seguimos para Huanchaco, zona balneária, bem movimentada, com uma avenida que beira o mar, cheia de bares e restaurantes.  O mais interessante nessa praia são as canoas feitas de totora (espécie de junco), únicas no mundo, que os nativos utilizam para pescar há mais de 3.000 anos. Essas canoas ficam amarradas a barras ao longo da praia quando não estão sendo usadas.  Ao regressarem da pesca, eles surfam as ondas montados em seus caballitos de totora. O pôr do sol é magnífico, surfistas se misturam com caballitos nas ondas, turistas nacionais e internacionais, assim como nativos, desfrutam do local.
Sentamos num restaurante de frente para o mar, e de repente surge uma procissão com banda de música e andores carregando a imagem de Jesus Cristo e de uma Santa. São as festividades da Semana Santa. Após jantar, procuramos locais para telefonar ou usar internet, mas estavam fechados.
 

05\04\2012
Saímos do hotel por volta das 8h e fomos tomar café numa cafeteria perto dali. Decidimos visitar as Ruínas de Wilcahuain, com suas construções de pedra, compostas de câmaras mortuárias, compartimentos para guardar víveres e locais para praticar cerimônias religiosas e de sacrifício. Não sei como, mas me enchi de coragem e entrei nas câmaras mortuárias. São compartimentos baixos que levam a corredores com portas medindo menos de um metro de altura e com espessura de quase um metro.  Estava tão ansiosa pra sair de lá que bati duas vezes com a cabeça na pedra úmida superior das portas, e nem prestei atenção ao que o guia dizia, imaginando que poderia faltar energia elétrica no local. Tudo bem. Passou.

Continuando esse caminho em direção às montanhas, entramos no Parque Nacional de Huascarán. A paisagem é belíssima: de um lado, a CordilheiraNegra (sem gelo nos picos), do outro lado, a Cordilheira Branca com seus picos nevados.

Descemos as montanhas e seguimos para Trujillo, passando por Camaz, uma cidadezinha bonitinha, se considerarmos o padrão das demais cidades peruanas de tamanho semelhante a esta. Como era cedo ainda, fizemos um lanche em Camaz e continuamos a viagem pela Panamericana, que corta montanhas e dunas de areia branca salteada de conchinhas e caramujos. Dá também para ver o Pacífico em alguns trechos da rodovia, além de montanhas coloridas totalmente nuas de vegetação.

Há um pedágio de 10,10 soles antes de chegar a Chimbote, uma cidade que vive da pesca e de sua exportação.  Há uma imensidade de barcos pesqueiros ancorados no mar. Há uma avenida larga na parte norte da cidade, e um lado da pista estava interditado, porque um grupo de rapazes o fechou para jogar futebol. Tivemos que desviar pela pista contramão.

Depois de 7.200km rodados, entramos no primeiro túnel. Mais adiante, outro pedágio de 10,10 soles. As montanhas e dunas continuam até Trujillo. Por volta de 8h da noite nos hospedamos, antes de entrar no trânsito central da cidade, que é uma das maiores do Peru, com 800 mil habitantes. Aqui também tinha internet, mas não conseguimos acessar.  


04\\04\2012
Partimos às 8h30 de Lima. É uma cidade enorme, com 8 milhões de habitantes, e tudo é muito caro. Levamos uma hora para atravessar todo o trânsito e pegar a Panamericana, estrada que atravessa geleiras, desertos, montanhas, vales, rios e une as Américas, do Chile até o Alaska. Precisaríamos de muito mais tempo e muito mais dinheiro para visitar os principais pontos turísticos de Lima. Posteriormente entramos na rodovia em direção norte, para a cidade de Huaraz, na Cordilheira Branca. Pagamos 19 soles de pedágio até chegar a Huaraz.
Na saída de Lima, a rodovia corta o deserto costeiro, com o mar a oeste. Depois, começamos a subir novamente as montanhas, algumas formadas de pedra nua, sem uma vegetação, outras cobertas de verde, com plantações dispostas em terraços. À medida que subimos, a temperatura abaixa e o ar vai ficando escasso. 
Chegamos a Huaraz por volta das 5h da tarde. A entrada é feia, com casas mal-acabadas, ruas estreitas, trânsito caótico. Seguindo para o centro, o aspecto da cidade melhora. Conseguimos um hotel perto da Plaza de Armas, o qual tinha um quarto somente para essa noite. Disseram que tinha internet, mas não conseguimos acessar. Os hotéis ficam lotados nessa época do ano por causa das festividades religiosas da Semana Santa. Na rodovia, tínhamos encontrado uma procissão com banda de música e homens carregando andores com a imagem de Cristo. Passeamos pelos arredores da praça, jantamos e fomos dormir.

terça-feira, 3 de abril de 2012


03\04\2012

Primeiramente fomos passear na Avenida Larco, em Mira Flores, com seus jardins e praças bem cuidadas, e o Shopping Larcomar, que visitamos ontem à noite.
Depois, contratamos um taxista que nos levou aos pontos principais do Centro Histórico de Lima. Passamos na Plaza San Martin onde fizemos câmbio de reais por soles. Nessa praça fica o Gran Hotel Bolivar, o primeiro a ser construído na cidade e que ainda é decorado com móveis da época, um piano de cauda e um ford antigo, o primeiro veículo da cidade, segundo nosso guia. Na mesma praça existe o Bar El Estádio, onde os torcedores vão assistir aos jogos de futebol. Lá está o Pelé e outros jogadores famosos (bonecos em tamanho natural) sentados em mesas espalhadas pelo bar. Fizemos questão de não tirar foto do Maradona.

Passamos pela Plaza Mayor onde se encontra o Palácio do Governo e a magnífica catedral. Não tivemos tempo de visitar os museus, porque resolvemos visitar Pachacamac, um sítio arqueológico a 30km de Lima. Antes, almoçamos num restaurante típico, em Lurin.
Pachacamac é uma das cidades mais antigas da costa peruana, onde ainda se podem ver as ruínas construídas com blocos de argila.  A parte mais intacta das ruínas é o edifício Mamacona, casa das mulheres dedicadas ao culto do deus Sol, construído pelos incas. A cidade sobreviveu até 1532 quando foi saqueada e destruída pelos espanhóis.

À noite fomos jantar no Bodega Tratoria, um lugar aconchegante, perto do nosso hotel.

segunda-feira, 2 de abril de 2012


02\04\2012

9h – saímos de Nazca seguindo para Lima. Ainda bem que a parte mais árdua da viagem ficou para trás: estradas sinuosas, vilarejos sem nenhuma infraestrutura, montanhas que parecem despencar sobre a estrada, neblina, falta de oxigênio, solidão, caminhões ... Mas verdade seja dita, as paisagens são lindas.
A rodovia Panamericana corta o deserto. Em alguns trechos aonde a água chega, há plantações e criação de gado nas margens da estrada. Depois de rodar 190km, desviamos o caminho para conhecer a Reserva Nacional de Paracas. É um santuário marinho protegido pelo governo peruano, que abrange o deserto costeiro do oceano Pacífico, com uma área de 335 mil hectares. As paisagens são fantásticas, e os pelicanos, gaivotas e focas chegam na beira da praia com a maior naturalidade.  Sentimos vontade de acampar perto da praia (é permitido), mas nos informaram que não há eletricidade e que às 6h da tarde as pessoas que trabalham na Reserva vão embora.  Almoçamos, e nos embrenhamos nas dunas para conhecer os arredores. É preciso ter cuidado para não se perder no meio das dunas.
Continuamos para Lima com o oceano Pacífico a oeste aparecendo e desaparecendo, e o deserto a leste sempre presente.

Chegamos em Lima por volta das 6h da tarde, no maior sufoco do trânsito, sem GPS, seguindo o sol como ponto de referência para chegar em Mira Flores, a zona mais bonita da cidade. Fica à beira-mar, com avenidas largas, canteiros floridos, gente passeando na rua, enfim, parece que  chegamos em outro país. Para chegar mais rápido em um hotel, utilizamos a técnica do Osni: pagamos um táxi para nos levar até o local. Cobrou três vezes mais que o normal, mas tudo bem, a gente já estava louco para ter uma trégua. Tomamos um merecido banho e fomos a um shopping, moderno, elegante, de frente para o mar, a quatro quadras do nosso hotel, a fim de comer alguma coisa e esticar as pernas.

1o\04\2012

Ontem, em Cusco, estava muito frio. Passamos de uma temperatura de 11OC para 32OC no mesmo dia, quando chegamos em Nazca. 
Nazca é uma cidade no meio do deserto, com 30.000 habitantes, à altitude de 590m. O clima é seco, e não chove mais do que duas horas por ano. Por isso os aquedutos centenários, que captam água das montanhas (existem 40) e que ainda abastecem a cidade, são tão importantes para manter a vida nessa localidade cuja produção maior é a agricultura.

Visitamos os aquedutos de Cantalloc, construídos entre 300 a.C a 700 d.C, onde é possível até se banhar entrando pelas ventanas, espécie de poço no final de uma construção de blocos de pedra em espiral, enorme. Os terremotos que arrasaram a cidade mais de uma vez não conseguiram destruir os aquedutos, o que comprova o avanço arquitetônico dos povos antigos que habitaram a região. Fica a 5km do centro.

A cinco quadras do nosso hotel, não poderíamos deixar de visitar o Antonini Museum, que expõe cerâmicas, tecidos e instrumentos encontrados nos sítios arqueológicos de Nazca, além de uma múmia. Pelo jardim do museu passa um aqueduto antigo, que ainda é utilizado para irrigação das plantações.
Mas as Linhas de Nazca, a 40km da cidade, são as mais intrigantes e interessantes. Contratamos um guia que nos levou de carro aos mirantes de onde se podem avistar algumas dessas linhas. Uma delas é a figura do lagarto, que, por incrível que pareça, está cortada pela rodovia Panamericana.  De todas as hipóteses existentes tentando explicar o porquê desses desenhos, a mais aceita, ao menos pelos peruanos, é a hipótese de Maria Reich, estudiosa alemã que dedicou sua vida à decifração das linhas. Segundo ela, os desenhos representam datas importantes do calendário inca.